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Neurocirurgião explica como diferenciar Parkinson e Tremor
Embora sejam frequentemente confundidos, o Tremor Essencial e a Doença de Parkinson possuem causas, sintomas e tratamentos distintos. Neurocirurgiã...
10/03/2025 15h59
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Dino

Muitas vezes confundido com a Doença de Parkinson, o Tremor Essencial (TE) pode afetar pessoas de qualquer idade, embora sua incidência aumente com o envelhecimento. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20% da população acima dos 65 anos apresenta essa condição, que acomete homens e mulheres de maneira igual.

Já a Doença de Parkinson atinge mais de 8,5 milhões de pessoas no mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) noticiados pela National Geographic Brasil, sendo a condição mais prevalente em idosos e homens.

O neurocirurgião com atuação  em doenças do movimento, Dr. Bruno Burjaili, explica as diferenças entre as duas condições. Segundo ele, o tremor característico da Doença de Parkinson ocorre em repouso, ou seja, quando o braço está apoiado e a pessoa não está focada nele, geralmente iniciando-se em um dos lados do corpo. Por outro lado, o Tremor Essencial manifesta-se durante a realização de um movimento, como ao pegar uma xícara de café ou manusear talheres, e também ao manter uma postura estática, como segurar um prato ao se servir.

“Além disso, é importante destacar que o Parkinson nem sempre se manifesta com tremores. Sintomas como rigidez, lentidão dos movimentos e alterações na marcha são bastante comuns”, pontua o especialista.

O médico acrescenta que as causas dessas doenças ainda não são totalmente compreendidas. No caso do Parkinson, a falta de dopamina em algumas regiões do cérebro tem um papel fundamental nos sintomas. Já no Tremor Essencial, oscilações espontâneas indesejadas ocorrem em circuitos cerebrais específicos.

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Dr. Bruno Burjaili também destaca que um dos principais fatores de risco conhecidos para a Doença de Parkinson é a exposição a determinados pesticidas. “Estudos já identificaram uma maior incidência da doença em grupos populacionais mais expostos a essas substâncias”, acrescenta.

Tratamentos e impacto na qualidade de vida

Segundo o neurocirurgião, os tratamentos para ambas as doenças, no estágio inicial, são baseados em medicamentos que contribuem para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e, em alguns casos, reduzem significativamente os sintomas.

No entanto, ele ressalta que “com o tempo, os sintomas podem se tornar mais intensos, e estratégias como a estimulação cerebral profunda (DBS, ou marca-passo cerebral) e o ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU) tornam-se opções com impacto positivo”.

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O especialista alerta que a falta de tratamento adequado leva a um aumento progressivo das limitações na vida pessoal e profissional, resultando em desafios que poderiam ser minimizados com a aplicação das opções disponíveis na medicina.

Entre as possíveis consequências estão tremores mais intensos e frequentes, redução da agilidade nas atividades diárias, dificuldades para caminhar, rigidez muscular, dores, movimentos involuntários e uso excessivo de medicamentos. “O diagnóstico tardio ou incorreto é um dos principais fatores que contribuem para esse cenário”, ressalta.

O avanço das pesquisas tem possibilitado uma melhor qualidade de vida para pacientes com Parkinson e Tremor Essencial. Dr. Bruno Burjaili destaca as intervenções de alta precisão e tecnologia, como a estimulação cerebral profunda e o ultrassom focalizado de alta intensidade. “Essas técnicas têm transformado a vida de muitas pessoas que têm acesso a elas. Por isso, a informação e a correta indicação médica fazem toda a diferença”, finaliza.

Para mais informações, basta acessar: https://drbrunoburjaili.com.br