A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou nesta terça-feira (16) uma operação de grande escala, denominada Kynos, com o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada em adulterar dados de veículos para revenda. A operação é conduzida pela 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (Decor) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com o apoio da Corregedoria do Departamento Estadual de Trânsito (Detran)-RS.

Durante a ação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados, tanto na capital quanto na Região Metropolitana de Porto Alegre. Um destes mandados foi realizado na sede do Detran, localizada na Rua Washington Luiz, 904, no centro da capital.

As investigações revelaram que um servidor do Detran, identificado como Diógenes Grubel Kleinubing, chefe da Seção de Depósitos, estava supostamente envolvido no esquema. Ele é acusado de violar o sigilo funcional ao fornecer informações privilegiadas à quadrilha, que usava as senhas de acesso do servidor para "esquentar" veículos em situação irregular. Kleinubing, que é funcionário público de carreira, foi preso preventivamente.

O delegado Max Otto Ritter, da Decor, informou que as investigações começaram após a Operação Gravataí Papers II, realizada em 2022, que já havia prendido 11 pessoas por falsificações e estelionatos contra mais de 200 vítimas. Esses criminosos anunciavam veículos a preços abaixo do mercado em sites, usando documentação totalmente falsificada. Quando as vítimas iam retirar o carro, descobriam que ele era roubado ou furtado.

Além de Kleinubing, a operação Kynos resultou na prisão de outros suspeitos, incluindo um homem já detido na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), apontado como especialista em clonar veículos. Outros quatro indivíduos, todos com antecedentes criminais e envolvidos na venda de carros e peças na Região Metropolitana, também foram alvos da operação.

A Polícia Civil continua as investigações para identificar mais envolvidos e esclarecer completamente o alcance das atividades ilegais do grupo. Esta operação ressalta o compromisso das autoridades em combater o crime organizado no estado, protegendo a propriedade e a segurança dos cidadãos do Rio Grande do Sul.