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Comércio gaúcho registra aumento na compra de bebidas e alimentos em 2024
No entanto, as perspectivas para os próximos meses são cautelosas e podem impactar o orçamento das famílias devido a tributação de itens básicos da cesta básica.
27/03/2024 17h00
Por: Renata Oliveira

**Resiliência do Comércio Varejista Gaúcho e Desafios para 2024**

O comércio varejista do Rio Grande do Sul iniciou o ano de 2024 em um cenário de resiliência, refletindo a robustez da economia tanto em âmbito estadual quanto nacional. O aumento do consumo por produtos básicos pelas famílias gaúchas tem sido um dos principais impulsionadores desse aquecimento. Os dados de janeiro de 2024 do Panorama do Comércio do RS, organizado pela Federação Varejista do Rio Grande do Sul, destacam o crescimento significativo nas vendas em hipermercados, supermercados e no setor atacadista de bebidas e alimentos, com variações de 11,8% e 10,6%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior, superando as médias nacionais.

Em comparação com dezembro, as vendas no varejo apresentaram uma variação positiva de 3,7% no Estado, assim como no varejo ampliado. No acumulado do ano, essa variação foi ainda mais expressiva, atingindo 4,5% e 5%, respectivamente. Embora o cenário nacional também tenha registrado um crescimento sólido, especialmente no varejo ampliado acumulado no ano, com uma variação de 6,8%, os números evidenciam a solidez do varejo gaúcho no início de 2024.

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No setor de serviços, a variação foi moderada, mas positiva, com um aumento de 2,4% no Estado em janeiro, enquanto no país esse crescimento foi mais acentuado, alcançando 4,5%.

No entanto, as perspectivas para os próximos meses são cautelosas e podem impactar o orçamento das famílias. O aumento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), embora menos acelerado em Porto Alegre do que no país no acumulado do ano (0,6% contra 1,25%), está exercendo pressão sobre os preços dos produtos essenciais para os gaúchos, como o setor de Transportes e Alimentação e Bebidas.

Os dados também apontam um leve aumento na inadimplência em fevereiro de 2024 no Rio Grande do Sul, com 23% dos endividados na faixa etária entre 30 e 39 anos. Além disso, apesar do crescimento no volume de empregos formais observado em janeiro, com um saldo de 20,8 mil vagas no Estado, o setor do comércio apresentou um saldo negativo de mais de 2 mil postos de trabalho formal.

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Diante desses desafios, o presidente da Federação Varejista do RS, Ivonei Pioner, destaca a necessidade de revisão das medidas propostas pelo Governo do Estado, como aumento de impostos e cortes de benefícios fiscais, para evitar impactos negativos adicionais na economia gaúcha. Os indicadores apontam para a importância de estratégias direcionadas ao setor do comércio, especialmente no Rio Grande do Sul, para superar os desafios previstos para o restante do ano.