Geral Educação
Falta de monitores prejudica educação de crianças com deficiência em Bento
Sem conseguir manter a frequência por falta de monitores, alunos permanecem mais em casa do que na escola no início do ano letivo.
27/03/2024 07h57
Por: Kevin Sganzerla Fonte: NB Notícias

O início do ano letivo em Bento Gonçalves novamente evidenciou dificuldades para alunos com deficiência que necessitam de monitores para permanecer no ambiente escolar em Bento Gonçalves. Diversas crianças não conseguem manter a frequência na escola por conta da ausência de monitoria, que impede que eles tenham um direito básico de todo cidadão: o de estudar. A situação se agrava quando se trata de jovens autistas, que necessitam seguir uma rotina, porém, por conta da situação, tal exigência é impossibilitada. 

É o caso do jovem Taylor Lima bernardi, de apenas oito anos, que é autista. Desde o dia 26 de fevereiro, quando começou o ano letivo na Escola Alfredo Aveline, onde estuda, ele foi para a escola somente cinco vezes. O restante dos dias foi obrigado a ficar em casa por conta da ausência de monitores na instituição de ensino. 

"Ele ficou três semanas em casa. Só foi para a escola no dia 18 de março, depois de falarmos com a SMED. No dia 19 mandaram mensagem para segurar ele em casa. Na semana passada ele foi quatro vezes, porém nesta semana novamente pediram para segurar ele em casa. Ele estuda numa escola boa, que acolhe crianças com deficiência. Não posso reclamar da escola. O único problema todo ano é que ele precisa de monitor, e não tem", explica a mãe, Vanessa Aparecida Lima.

Conforme Vanessa, a falta de frequência no ambiente escolar está prejudicando o seu filho em todos os âmbitos, desde a educação até a interação social com seus colegas. "Uma criança normal quando falta esse período todo jamais consegue recuperar essas semanas sem aula, imagina uma criança com autismo. Dizem que o autista tem prioridade, mas não vejo nada de diferente. Quem tem criança autista é tudo mais difícil", pondera a mãe, que complementa:

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"É difícil explicar essa situação para ele. Ele está progredindo, começou a falar, escrever o nome, ele sabe muitas coisas, porém sem ir para a escola ele vai desaprender, sem contar com o contato que ele tem com outras crianças", relata.

Segundo a mãe, no Centro de Atendimento a pessoas com autismo - Te acolhe, onde Taylor frequenta, diversas famílias reclamam da mesma situação. Vanessa tentou contato com o prefeito Diogo Siqueira, porém não obteve resposta.

A reportagem do Portal NB Notícias questionou o poder público municipal a respeito da situação, porém, até a publicação da matéria, não houve nenhum retorno.

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