Justiça Pirâmide financeira
Justiça condena 17 integrantes da Indeal por crimes contra o sistema financeiro
Eles faziam parte ma organização criminosa especializada em operações ilegais com criptomoedas.
31/01/2024 17h43
Por: Marcelo Dargelio

Em decisão histórica, a 7ª Vara Federal de Porto Alegre condenou 17 pessoas por participação em uma organização criminosa especializada em operações ilegais com criptomoedas. A sentença determina a reparação de danos a mais de 23 mil clientes, fixando o valor em aproximadamente R$ 448 milhões.

Os principais implicados no caso são os cinco sócios da empresa Indeal, localizada em Novo Hamburgo, região do Vale do Sinos, que receberam a pena máxima de 19 anos e três meses de reclusão, em regime fechado, além de multa. As penas para os demais condenados variam entre 10 e 15 anos de reclusão.

A investigação, conduzida pela Polícia Federal através da Operação Egypto, revelou um aumento patrimonial espantoso de até 114.000% dos líderes do esquema entre 2017 e 2019, além da evasão de divisas superior a R$ 128 milhões. O Ministério Público Federal (MPF) aponta que, de agosto de 2017 a maio de 2019, o grupo prometeu aos investidores retornos de 15% ao mês por meio de operações com criptomoedas, sem qualquer autorização do Banco Central ou da Comissão de Valores Mobiliários.

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Os crimes pelos quais os réus foram condenados incluem formação de organização criminosa, apropriação e desvio de valores de instituição financeira, e operação de instituição financeira sem autorização legal. Nove réus foram absolvidos da acusação de gestão fraudulenta de instituição financeira.

Além das severas penas de reclusão e multas, foi ordenada a perda de bens e valores apreendidos, somando R$ 32 milhões. Entre os bens confiscados estão imóveis, veículos de luxo, joias e relógios, simbolizando o estilo de vida extravagante financiado pelo esquema. Até o momento, já foram recuperados R$ 31,4 milhões em ativos, sendo R$ 18,6 milhões pertencentes aos sócios e R$ 12,8 milhões a não-sócios.

Todos os condenados têm o direito de recorrer em liberdade, mas a decisão marca um precedente importante na luta contra crimes financeiros envolvendo criptomoedas no Brasil. A ação da justiça envia uma mensagem clara de que operações ilegais e esquemas de pirâmide não serão tolerados, protegendo assim os investidores e a integridade do sistema financeiro nacional.

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