Rio Grande do Sul A novela continua
"A balsa não pode seguir viagem usando a retroescavadeira para subir o rio"
Informação é do comandante do 1º Batalhão Ambiental, tenente-coronel Tiago Almeida, confirmando que a empresa não possui licenciamento ambiental para fazer intervenção em curso hídrico.
16/01/2024 20h20
Por: Marcelo Dargelio

A notícia de que a balsa que irá fazer a travessia entre as cidades de Santa Tereza e São Valentim do Sul  não poderá seguir viagem caiu como uma bomba e deixou os moradores da região desesperados. A embarcação está no município de Colinas, no Vale do Taquari, e foi autuada pela Patrulha Ambiental e pela Fepam, por estar utilizando uma retroescavadeira em curso hídrico sem licenciamento ambiental.

Durante a noite desta terça-feira, 16 de janeiro, um áudio, que foi atribuído ao proprietário da balsa e teria sido enviado à prefeita de Santa Tereza, Gisele Caumo, dava conta de que a embarcação não tinha sido autuada e a notícia tratava-se de uma fake news. O áudio rapidamente foi repassado para os moradores da localidade de Santa Bárbara, em São Valentim do Sul, principais interessados na chegada da embarcação no município. 

Assim que recebeu o áudio, a reportagem do NB Notícias entrou em contato com o comandante do 1º Batalhão Ambiental, tenente-coronel Tiago Caravalho Almeida para esclarecer a situação. Segundo o comandante, a embarcação foi sim autuada no município de Colinas e foi notificada pela Fepam da necessidade de um licenciamento ambiental para realizar intervenção em cursos hídricos com a retroescavadeira.  O tenente-coronel almeida revelou que a equipe da Patrulha Ambiental que esteve no local lhe comunicou que não há condições da balsa subir o rio sem utilizar a retroescavadeira, o que é proibido sem o devido licenciamento ambiental. "Não há como a balsa seguir viagem sem o licenciamento ambiental. Minha equipe já apontou que há 8 ou 9 pontos no rio que a a embarcação não poderá passar sem a intervenção de uma retroescavadeira. A única alternativa de navegação é eles esperarem o rio subir, caso não tenham a documentação necessária", finalizou o comandante. 

A Patrulha Ambiental (Patram) destacou que essa conduta irregular não apenas desrespeita normativas legais, mas também tem impacto direto na reprodução dos peixes. Em um momento crucial, em que diversas espécies estão no período de defeso e migram para o leito do rio, a intervenção inadequada pode comprometer seriamente o ciclo reprodutivo desses animais.

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