Cultura Exposição
Máscaras trazem o folclore italiano na mostra "Histórias que não se contam mais"
Exposição de Arielson Colombo estará estará aberta ao público de 4 a 31 de outubro, no Museu do Imigrante
02/10/2023 08h29
Por: Kevin Sganzerla

O Museu do Imigrante abrirá suas portas para a exposição de Arielson Colombo, intitulada "Histórias que não se contam mais", a partir da próxima quarta-feira (4). Essa exposição oferece aos visitantes uma oportunidade de mergulhar no rico folclore da cultura italiana através de 17 máscaras meticulosamente criadas pelo artista.

As máscaras expressam uma representação de características próprias de personagens, emoções, sentimentos, evidenciando um processo entre o concreto e o imaginário. E o seu primeiro personagem que interpretou foi o Sanguanel, há 20 anos, em desfiles e festas culturais. A cada edição, um novo personagem surgiu e, desta forma, transformou estes personagens em máscaras de parede.

Arielson descobriu que esses personagens fazem parte do folclore europeu, que foi trazido pelos imigrantes italianos, mas ao longo dos anos, foram deixados de lado devido à sua associação com uma cultura considerada pagã e primitiva. A influência predominante da religião na época da imigração italiana contribuiu para o esquecimento dessas histórias, que agora ressurgem graças ao trabalho dedicado de Arielson.

Arielson é natural de Farroupilha, mais precisamente da comunidade de Santos Anjos – 4º distrito, local de origem trentina.  “O meu olhar nas pesquisas sempre foi voltado ao repertório de personagens desta região, de sua bagagem cultural”, comenta. As pesquisas trouxeram referências de práticas culturais e artísticas há muito praticadas na região do Trento. “Com essas pesquisas descobri que os trentinos têm uma tradição secular de máscaras folclóricas feitas em madeira. Estes festejos são feitos no período do inverno, nos filós onde as mulheres iam filar os fios de linho. E depois virou uma forma de encontro entre as famílias, rezar o terço, jogar cartas, fazer dressas de palha de trigo e isso cantando as canções antigas folclóricas, os nonos contam histórias dos personagens do bosque Nero, onde habitam estes personagens”, comenta.

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As máscaras foram produzidas por meio da técnica papietage (camadas de papel com cola) e assemblage onde utiliza diversos materiais e objetos antigos e contemporâneos para ajudar a contar as histórias das lendas, “pensando sempre em reciclar, reaproveitar, ressignificar. A base é feita de argila após a papietage utilizando jornal, e os objetivos antigos que ajudam a contar as histórias dos personagens por meio destes objetos que são de uso comum para diversas etnias”.

Os personagens que os visitantes poderão conhecer na exposição "Histórias que não se contam mais" são:

1 - Il Sanguanel
2 - Il Mazaról
3 - Il Salván
4 - La Befana
5- La Bergostána
6 - L' Orco
7 - Il Diavoló
8 - Il Bilmón
9 - La Fate
10 - El Maghi
11 - Il Fantasma
12 - La Lumiera
13 - La Smara
14 - La Anguana
15 - La Viviane
16 - La Rache
17 - Krampus

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A vernissage da exposição está marcada para o dia 3 de outubro, às 19h, e a visitação estará aberta ao público de 4 a 31 de outubro. Os horários de visitação são de terça a sexta-feira, das 8h às 17h, e nos sábados, das 8h às 12h e das 13h às 17h. O Museu do Imigrante, local da exposição, fica na Rua Herny Hugo Dreher, 127, bairro Planalto.