Geral Planejamento
Desocupação de longo prazo é a menor para um segundo trimestre no RS desde 2012
A desocupação de longo prazo, aquela em que a pessoa busca trabalho por período igual ou superior a um ano, chegou em 2023 no Rio Grande do Sul ao ...
21/09/2023 08h36
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Secom RS
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A desocupação de longo prazo, aquela em que a pessoa busca trabalho por período igual ou superior a um ano, chegou em 2023 no Rio Grande do Sul ao menor patamar para um segundo trimestre da série iniciada em 2012. Dos 330 mil desempregados no Estado entre abril e junho, 22,6% estavam na situação, enquanto no mesmo período de 2022 o percentual era de 35,9% do total. Ao todo, o RS tinha 75 mil desocupados de longo prazo no segundo trimestre de 2023.

A queda na desocupação de longo prazo em relação ao mesmo período de 2022 também foi observada na média do Brasil (41,8% em 2022 para 34,6% em 2023), de São Paulo (40,3% para 32,6%) e do Paraná (35,1% para 30,7%). Dos estados da Região Sul, Santa Catarina teve queda maior em pontos percentuais, de 35% para 21%.

Estes e outros dados relativos ao Rio Grande do Sul estão contemplados no Boletim de Trabalho divulgado nesta quinta-feira (21/9). A publicação do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), foi elaborada pelos pesquisadores Guilherme Xavier Sobrinho e Raul Bastos a partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e do Novo Caged.

No segundo trimestre de 2023, a taxa geral de desocupação no Rio Grande do Sul foi de 5,3%, estável em relação ao primeiro trimestre do ano (5,4%) e abaixo do registrado no mesmo período de 2022 (6,3%).

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“No segundo trimestre de 2023, a redução interanual da taxa de desocupação, de 1 ponto percentual, foi determinada exclusivamente pelo aumento do nível de ocupação, uma vez que concomitante à elevação da taxa de participação na força de trabalho”, explicou Bastos

Aspectos básicos do mercado de trabalho

O nível de ocupação, percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar, alcançou 62,6% (62,3% no primeiro trimestre e 60,8% no segundo trimestre de 2022), o maior percentual entre os segundos trimestres de toda a série da PNAD Contínua, iniciada em 2012.

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Além da taxa de desocupação, outros indicadores do mercado de trabalho do Rio Grande do Sul indicaram estabilidade no segundo trimestre de 2023, em relação aos primeiros três meses. A Taxa de Participação na Força de Trabalho (TPFT), indicador da porcentagem de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) que estão empregadas ou em busca de trabalho, chegou a 66,1% no período de abril a junho, situação considerada estável em relação ao trimestre anterior (65,9%) e de aumento na comparação com o mesmo período de 2022 (64,8%).

Outro indicador da situação do mercado de trabalho, a taxa de informalidade no Rio Grande do Sul foi de 32,4% do segundo trimestre, próxima dos três primeiros meses do ano (32%) e do mesmo período de 2022 (32,8%). O rendimento médio real dos ocupados no mercado de trabalho no Estado foi de R$ 3.194, acima da média brasileira (R$ 2.921).

Mercado formal

Com dados referentes ao período de julho de 2022 e julho de 2023, a segunda seção do Boletim de Trabalho aponta para o crescimento de 2,5% no número de vínculos formais no Rio Grande do Sul, o que representa 67,2 mil novos postos. No país, a alta foi de 3,7% no mesmo período. O setor se Serviços, o mais representativo em número de vínculos, apresentou expansão de 4,3% no período, seguido do Comércio (2,6%) e Agropecuária (2,6%) como as maiores variações percentuais. A Indústria, que ocupa o segundo lugar em número de postos no RS, registrou alta de 0,5% no período, à frente apenas do segmento de Construção, que registrou queda de 0,3%.

Os empregos criados no Estado seguem indicando que os jovens com até 24 ocupam a maioria das novas vagas. Do saldo de 67,2 mil vínculos, a faixa etária entre 18 e 24 anos foi a responsável por preencher 51.966 postos. Em termos de escolaridade, 52.905 vagas foram ocupadas por pessoas com Ensino Médio completo e 12.126, com Ensino Médio incompleto.

Entre as Regiões Funcionais (RFs) para fins de planejamento, a RF 5, que abrange as áreas do Extremo Sul do Estado, como Pelotas e Rio Grande, foi a que apresentou a maior expansão percentual (4,7%), seguida da RF 9, composta por cidades das regiões do Alto da Serra do Botucaraí, Produção, Rio da Várzea, Médio Alto Uruguai, Norte e Nordeste (4,1%). A RF 3, da Serra Gaúcha, apresentou a menor variação (1,6%).

A edição de setembro de 2023 do Boletim do Trabalho traz ainda dados sobre os vínculos contratuais dos estrangeiros no Rio Grande do Sul. Dados de 2022 mostram que a Indústria é o segmento mais representativo da ocupação das pessoas de outras nacionalidades e representa 50,7% do saldo de 4.565 empregos formais, seguido do Comércio (21,6% do total) e Serviços (19,5%).

Texto: Vagner Benites/Ascom SPGG
Edição: Vitor Necchi/Secom