Cultura Arte
Artista bento-gonçalvense se destaca no 1º Festival Estadual de Mulheres na Comédia
Mônica Blume, de 54 anos, trabalha com o teatro há mais de 30 anos e ganhou o prêmio de Melhor Esquete com o número "Um Jantar Romântico" no evento.
23/08/2023 15h30 Atualizada há 9 meses
Por: Renata Oliveira Fonte: NB Notícias
Registro do número "Um Jantar Romântico" que ganhou de Melhor Esquete no Festival em Novo Hamburgo. Crédito: Luiz André Cancian

Existe um ditado que diz que "rir é o melhor remédio" e por vezes, isso realmente funciona, pelo menos é o que acredita a artista bento-gonçalvense, Mônica Blume, de 54 anos, que garantiu uma premiação de Melhor Esquete no 1º Festival Estadual de Mulheres na Comédia, realizado em Novo Hamburgo entre os dias 10 a 12 de agosto de 2023. A palhaça trabalha com teatro há mais de 30 anos e conta que a arte que a escolheu. 

Mônica iniciou a sua carreira no teatro de forma despretensiosa em 1986, quando foi convidada para realizar uma peça infantil através da Secretaria de Cultura de Bento Gonçalves. "Eu não trabalhava na área nem nada, mas aceitei o convite na hora e posso dizer que não teve mais volta, a arte me escolheu. Até tentei desistir da carreira, porque sabemos que não é fácil trabalhar nessa área, mas não consegui. Amo fazer teatro," conta Blume. 

E por essa paixão, que Mônica se destacou na categoria Melhor Esquete, termo referente a uma cena curta de caráter geralmente cômico, na 1ª edição do Festival Estadual de Mulheres na Comédia, realizado em Novo Hamburgo entre os dias 10 a 12 de agosto de 2023. "O foco do Festival era em mulheres comediantes em geral, não só palhaças, e acabei recebendo o prêmio de Melhor Esquete com o meu número chamado "Jantar Romântico" onde preparo uma refeição para esperar alguém e contar o que aconteceu nesse meio-tempo," comenta a artista. 

Blume destaca que ficou feliz com o reconhecimento, mas que não concorda com esse sistema de premiações. "Eu trabalho desde 2019 com a palhaçaria feminina e o nosso foco é tratar sobre temas que envolvam as mulheres. Claro que senti um reconhecimento muito grande com o prêmio, pois me dediquei muito para estar onde estou hoje, mas nós, palhaças, que trabalhamos com essa linha de entretenimento, não concordamos com esse tipo de premiação porque entendemos que o movimento é uma forma masculina de ver o mundo, aquela coisa de "ser melhor que o outro", mas não deixamos de participar desses eventos, pois entendemos que nesses locais podemos dialogar sobre esses padrões para que sejam modificados. Sim, me senti feliz com o destaque, contudo, o fato de estarmos lá compartilhando nossa arte com outras mulheres já seria o suficiente," explica Mônica. 

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A artista e também professora de artes da rede estadual, se apresenta em várias cidades da região, em especial Garibaldi e Bento junto de outras mulheres do teatro. "Atualmente estou trabalhando com a peça de palhaçaria feminina com a minha parceira, Diane Schizzi Becker, chamada "As Phynas em Fenabephy" onde falamos sobre maternidade, menopausa e padrões da sociedade, além da peça teatral com as meninas de Bento, sendo a Marina Martins e Raquel Peres, intitulada como "Fragmentos D'Elas", também relacionada ao universo feminino," finaliza Mônica.