Geral Música
Jovem demonstra sua paixão por sertanejo através de sua vasta coleção de discos de vinil
Profundo conhecedor do gênero musical, Henrique Somensi Sztormoski já conheceu pessoalmente Leonardo e agora tem o sonho de ter seus discos autografados por Daniel, em show que o músico fará em Bento Gonçalves.
03/08/2023 19h35 Atualizada há 2 anos
Por: Kevin Sganzerla Fonte: NB Notícias
Foto: Kévin Sganzerla

Seja a história de introdução do sertanejo nas novelas, do surgimento do gênero no Rio de Janeiro, do preconceito que existia e da trajetória de diversas duplas, músicos e compositores, Henrique Somensi Sztormoski oferece uma verdadeira aula ao falar, com orgulho, sobre sua paixão pela música sertaneja. Com uma vasta e rara coleção de discos de vinil, o jovem bento-gonçalvense, de apenas 20 anos, demonstra seu amor pela música tanto de forma física como, sobretudo, em seu repleto conhecimento, fazendo jus à palavra “fã” do gênero musical. 

Recentemente, Henrique teve a oportunidade de conhecer Leonardo, um dos seus músicos preferidos, o qual autografou toda a coleção de discos do Leandro e Leonardo. Agora, o sonho do jovem morador do bairro Fátima é conhecer pessoalmente Daniel, o qual faz show em Bento Gonçalves no dia 19 de setembro. 

Paixão de pai para filho

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Henrique cresceu ouvindo sertanejo, fruto da paixão dos seus pais, mas principalmente do seu pai, Domingos Somensi, o qual colecionava discos de vinil das mais diversas duplas sertanejas. 

“Escutava sertanejo e olhava as capas de vinis da coleção do meu pai, que guardava na garagem. O meu pai decidiu jogar fora os vinis, porém, na pandemia, decidi comprar um vinil, do Zezé de Camargo e Luciano, e me chamou muito a atenção e comecei a comprar aos poucos. Não é pela qualidade, mas é pela arte, pela cultura, quem coleciona gosta de ver o encarte, o pôster, as músicas”, explica Henrique. 

O primeiro artista que se tornou a paixão do jovem foi Amado Batista. A partir daí Henrique começou a conhecer outros músicos, fazendo florescer ainda mais a sua paixão pelo sertanejo. “Comprei um violão e as primeiras músicas que comecei a tocar foi do Amado Batista. Na adolescência comecei a gostar de Leandro e Leonardo, Gian e Giovani, Zezé de Camargo e Luciano, Rick e Renner, Chitãozinho e Chororó, entre outros”, relata. 

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Henrique pondera, sobretudo, que não se trata de sertanejo raiz e sim do gênero em seu mais autêntico nível, que começou sofrendo preconceitos e que, posteriormente, se tornou um dos gêneros mais escutados pelo Brasil. “Na década de 1980 havia muito preconceito contra o sertanejo, não tocavam nas rádios, e o Chitãozinho e Chororó foram para os Estados Unidos, em meados de 1982, para gravarem a música “Fio de Cabelo” do Darci Rossi e Marciano, e dessa música deu passagem para outros artistas, pois quebrou o preconceito”, explica. 

Inicialmente com uma pegada mais “country”, o sertanejo foi se modernizando com duplas na década de 1990 que introduziram a guitarra na música sertaneja, a exemplo, conforme Henrique, de Danimar, César Augusto e Piska e João Paulo e Daniel, que também adotaram a evolução. 

Para Henrique, o chamado “sertanejo” atual não se equipara ao que era antigamente. “Hoje o mercado está fazendo o que: pegando o sertanejo e colocando um “chicle”, uma coisa fácil de decorar para o pessoal cantar, mas que fica dois a três meses bombando e depois some, não aparece mais”, opina. “As letras tinham mais conteúdo, nos anos 80 se falava de amor, a melodia era outra, a música era rica em conteúdo”, complementa o Seu Domingo. 

De acordo com o jovem fã, a música bem feita, que tem conteúdo será lembrada por diversas gerações. “Se tocar em alguma festa “Evidências” todos vão saber cantar. Muitos jovens sequer conhecem a dupla que canta, mas conhece a música. E isso também ocorre em outras músicas como ‘Dormir na Praça’, do Bruno e Marrone, que não estourou quando eles gravaram, e só veio a se tornar uma música muito conhecida depois dos anos 2000”, comenta. 

Henrique relata que a música sertaneja foi ainda mais fomentada pela introdução em novelas e pela aparição no Rio de Janeiro, que só passou a reconhecer o gênero após um show de Leandro e Leonardo no Canecão. “Foi no estouro da música ‘Pense em Mim’ que o Canecão lotou e, então, começou a entrar a música sertaneja no Rio de Janeiro, somente nos anos 90. A Globo não colocava música sertaneja nas novelas. Cristian e Ralf, com a música ‘Saudade’, entendeu como uma música country e a colocou na novela Pacto de Sangue. Foi a primeira música sertaneja em uma novela”, detalha. 

Com o seu vasto conhecimento sobre o gênero musical, Henrique fomenta e compartilha informações e músicas de sua coleção e vinis por meio da criação de um perfil no Instagram chamado @sertanejo_90oficial, com o qual já fez contato com diversas duplas e músicos, como Maurício e Mauri, Marcelo Aguiar, Danimar, As Marcianas, Felipe e Falcão, Chrystian e Ralf entre outros. 

Leonardo autografou todos os discos de vinil de Henrique 

A emoção de conhecer um ídolo

No show que Leonardo fez em Bento Gonçalves, Henrique teve a oportunidade de conhecer o seu ídolo no Hotel Dall’Onder. O cantor fez questão de autografar todos os discos da coleção do jovem fã. 

“Eu lembro da emoção, porque quando eu vi o Leonardo descendo no elevador escorreu uma lágrima, passou um filme na cabeça, pois toda a vida quis conhecer o cara, e agora estou de frente com o cara. Ele, assim como o Daniel, faz parte da história da minha família, porque me criei ouvindo-os. Nunca vou esquecer, isso é coisa de fã, mas ele olhou para mim e disse: ‘tu é fã mesmo, bicho!’. Ele foi humilde, sorriu, deu risada comigo”, relata Henrique. 

Um novo objetivo: conhecer Daniel

Agora, Henrique instaurou uma nova missão para concretizar mais um sonho: conhecer pessoalmente Daniel e ter o autógrafo do cantor em seus discos de vinil. Assim como conhece a fundo da história do sertanejo e da trajetória de diversas duplas, o jovem também tem um vasto conhecimento da história que João Paulo e Daniel, uma das duplas que mais fizeram sucesso na história do gênero musical. 

“O Daniel sofreu muito com a perda do João Paulo, ainda mais da forma que foi, em um acidente. Não só ele como todo povo brasileiro. Eles foram uma das melhores duplas do sertanejo. O melhor segundeiro que o Brasil já teve foi o cantor João Paulo. Cantar e fazer segunda voz como esse cara não vai existir outro”, destaca Henrique. 

Com uma nova meta atualizada, o fã almeja evidenciar sua paixão demonstrando o carinho pelo cantor Daniel através de sua rara coleção de discos da dupla, desta forma, realizando mais um sonho de infância.