Geral Caso de escravidão
"Seria injusto um movimento de boicote à produção", destaca o governador
Eduardo Leite destacou a importância do alinhamento de comunicação e posicionamento para defender a imagem de Bento Gonçalves e da Serra Gaúcha após o episódio de trabalho escravo deflagrado na cidade. .
17/03/2023 15h56 Atualizada há 3 anos
Por: Kevin Sganzerla Fonte: NB Notícias
Foto: Ascom Bento

Em reunião da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), realizada na manhã desta sexta-feira (17), com a presença de lideranças do Estado e de todos os prefeitos que integram a entidade, o governador Eduardo Leite destacou ações de defesa à região e ao setor vitivinícola após o episódio do resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão. O encontro contou também com a participação de Secretários Estaduais e Municipais. 

Leite salientou que, por meio de ações em conjunto com os órgãos fiscalizadores e do repúdio ao ocorrido, o estado está proporcionando conforto e segurança aos consumidores e aos turistas, demonstrando que a produção vitivinícola gaúcha não aceita e não tolera esse tipo de crime e que, portanto, oferece condições de trabalho dignas. “Seria absolutamente injusto um movimento de boicote à produção que puniria vinícolas e produtores honestos, decentes, que fazem a coisa certa, do jeito certo, e de forma digna, o que corresponde à esmagadora maioria”, explicou. 

Na ocasião, o governador ponderou a importância de alinhar a comunicação e os posicionamentos para defender a imagem da Serra Gaúcha e, sobretudo, recuperar a confiança do consumidor. Além disso, relatou que operações estão sendo realizadas pelos órgãos fiscalizadores para auxiliar nas investigações em relação ao episódio. 

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“Estamos conversando com as lideranças políticas para alinharmos comunicação e posicionamento para defender o que é característico da Serra Gaúcha, da cidade de Bento Gonçalves, do setor vitivinícola: um povo forjado do suor, do esforço, do trabalho, que sabe o valor que o trabalho tem, e que justamente por isso fica indignado quando alguém não dá o valor ao trabalho e trata trabalhadores de forma indevida”, comentou o governador. 

Ao passo em que o governo estadual atua com os órgãos de fiscalização para dar consequências àqueles que participaram do episódio, conforme o governador, o Estado assegura ao consumidor que ele possa continuar consumindo com a certeza de que está adquirindo produtos que são feitos com respeito ao trabalho e à dignidade humana. 

O governador enfatizou também o desenvolvimento de um plano de trabalho para a fomentação de boas práticas no setor vitivinícola, sobretudo visando a prevenção de situações dessa natureza. “Que tenhamos, através de desse entendimento de todas  as partes, a demonstração clara para o consumidor que o Rio Grande do Sul atuou, que o estado não aceita, que as empresas não aceitam, que a Serra Gaúcha não aceita e, assim, possamos resgatar alguma confiança que tenha sido arranhada por parte do consumidor Brasil afora”, destacou. 

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De acordo com o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi Siqueira, a reunião serviu para salientar a importância da união de esforços entre os municípios e o estado, tanto para fortalecer ações para evitar novos episódios dessa natureza, bem como defender o agricultor e o setor produtivo em meio à generalização que se criou com o caso.

Conforme Siqueira, o fato de o governador do Estado ter vindo pessoalmente à Serra Gaúcha tem um significado importante para a defesa da região. “Não foi uma reunião que nós tivemos que ir para Porto Alegre, ele veio para a Serra Gaúcha. Isso tem um significado muito grande. O governador trazendo os seus secretários e entendendo que ele precisa fazer essa defesa da nossa população vejo como muito positivo. Todos os prefeitos têm um pensamento único de que a região está unida e demonstramos essa união para o estado”, explica. 

O presidente da Amesne, Acione Grazziotin, comemorou a vinda do governador à reunião para que se fomente a união de esforços para o combate de práticas criminosas por meio de ações preventivas e, da mesma forma, defender o produtor e as empresas que compõem o setor vitivinícola que atuam dentro do que impõe a legislação. 

“Tem que ser dito que são fatos isolados. A maioria dos produtores que vem nesse costume de laboro há mais de 100 anos repudia de todas as formas o que foi noticiado pela imprensa nacional. Encaminhamentos que foram dados hoje nessa reunião muito produtiva deixa assim um coroamento entre a associação e o governo estado para que soluções técnico-jurídicas que venham atender as necessidades dos produtores, dos safristas e das empresas”, analisou Acione.