Geral Deu ruim
Polícia Federal cumpre mandados em Bento Gonçalves e Garibaldi
Objetivo é identificar o envolvimento de seis pessoas em um esquema voltado à prática do crime de submissão ao trabalho escravo.
17/03/2023 08h16 Atualizada há 2 anos
Por: Marcelo Dargelio

Bento Gonçalves foi sacudida na manhã desta sexta-feira, 17 de março, por uma operação da Polícia Federal. Denominada Descaro, a operação tem como objetivo investigar pelo menos seis pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa voltada à prática do crime de submissão ao trabalho escravo. Não foi informado se houve prisões durante a ação. 

Os policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão em seis residências, sendo 5 em Bento Gonçalves e uma em Garibaldi. Os principais alvos são o empresário Pedro de Oliveira Santana, de 45 anos, e o policial militar Márcio Squarcieri, de 39 anos, e o dono da Pousada do Trabalhador, Fabio Daros. Eles são investigados no caso dos 207 trabalhadores resgatados pelo Ministério do Trabalho em situação análoga à escravidão em uma pensão na Rua Fortunato João Rizzardo, no bairro Borgo.

Na casa do policial militar houve o acompanhamento dos integrantes da Corregedoria da Brigada Militar, que estão investigando o envolvimento de policiais militares com empresários da cidade para a realização de serviços específicos. Squarcieri é acusado de torturar trabalhadores que estavam na pensão e por, supostamente, atuar como segurança privado para a pousada e para a empresa que contratou os trabalhadores.

Durante a operação, foram apreendidas várias armas que, segundo a Polícia Federal, constam no Sistema do Exército (Sigma) e estão regularizadas na modalidade Caçador/Atirador/Colecionador (CACs). Elas foram apreendidas pelo Exército. Um grande volume de munições também foi apreendido pelos policiais

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Conforme as investigações da Polícia Federal, os trabalhadores eram recrutados em outros estados, principalmente na Bahia, por uma empresa prestadora de serviços de apoio administrativo. Os relatos indicam que as vítimas estavam sem receber salários, contraiam dívidas com juros abusivos e tinham a sua liberdade de locomoção restringida, além de sofrerem agressões físicas.