Geral Trabalho escravo
Dono de empresa que trouxe trabalhadores da Bahia é solto após pagar fiança
Pedro Oliveira Santana pagou R$ 39 mil e deixou a Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves na tarde desta quinta-feira, 23.
23/02/2023 21h25 Atualizada há 3 anos
Por: Marcelo Dargelio
Pedro Santana ficou cerca de 10 horas presos na Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves

A prisão do proprietário da empresa Oliveira & Santana, Pedro Oliveira Santana, durou pouco mais de 10 horas. Ele recebeu voz de prisão na madrugada desta quinta-feira, 23 de fevereiro, após uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal e a Ministério do Trabalho que apurou um caso de situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves. Mais de 180 trabalhadores foram resgatados de um alojamento no bairro Borgo.

Segundo a reportagem do NB Notícias apurou, o empresário Pedro Oliveira Santana ficou durante várias horas dando explicações aos fiscais do Ministério do Trabalho. Logo após, ele recebeu voz de prisão em flagrante e foi levado para a sede da Polícia Federal, em Caxias do Sul, onde prestou depoimento formal.

Após a realização do exame de corpo de delito, Santana foi encaminhado por volta das 5h da quinta-feira, 23, para a Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves. O proprietário da empresa Oliveira & Santana ficou na casa de detenção até por volta das 15h30min, quando teve sua soltura determinada pela justiça, mediante o pagamento de uma fiança de R$ 39.060,00, o equivalente a 30 salários mínimos.

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Os trabalhadores foram resgatados durante ação da PRF, PF e do Ministério do Trabalho na noite da quarta-feira, 22. A operação foi desencadeada depois que trabalhadores conseguirem fugir e denunciarem a situação à PRF em Porto Alegre e Caxias do Sul. Eles chegaram à Serra Gaúcha no dia 2 de fevereiro e, desde então, trabalhavam, principalmente, na vindima das 5h às 20h, com folga apenas no sábado. 

Além disso, conforme os relatos dos trabalhadores à PRF, eles viviam em situação inadequada de alojamento e de higiene e eram alimentados com comida estragada. Tanto a instalação quanto a alimentação faziam parte da promessa de trabalho que receberam da empresa que prestava serviço para produtores e grandes vinícolas da região. Os trabalhadores também eram tratados com violência, segundo os relatos entregues ao MTE.