Cerca de 400 pessoas foram detidas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PDCF) depois de atos antidemocráticos na tarde deste domingo, 8 de janeiro, em Brasília. Segundo a instituição, todos são suspeitos de participar de atos criminosos de invasão das sedes dos Três Poderes da República. Um dos detidos tinha um mandado de prisão pelo crime de homicídio, informou a Polícia Civil.
“Venho informar que mais de 400 pessoas já foram presas e pagarão pelos crimes cometidos. Continuamos trabalhando para identificar todas as outras que participaram desses atos terroristas na tarde de hoje no Distrito Federal. Seguimos trabalhando para que a ordem se restabeleça.”
— Governador Ibaneis Rocha January 8, 2023
A PCDF também informou no Twitter que equipes de papiloscopistas, peritos criminais e médicos legistas estão em prontidão para atender a situações de flagrante decorrentes da detenção dos suspeitos de cometer atos criminosos na Esplanada dos Ministérios.
Inconformados com o resultado das eleições, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Houve destruição nos três prédios, com vidros quebrados, móveis e aparelhos danificados, em um cenário de guerra.
Mais cedo, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, pediu desculpas aos chefes dos Três Poderes, classificou como “inaceitáveis” os atos e prometeu apurar responsabilidades. Depois dos ataques, o presidente da República, Luíz Inácio Lula da Silva, decretou intervenção federal na segurança pública do DF.
Ao decretar intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, Lula ressaltou que quem tem que fazer a segurança do Distrito Federal é a Polícia Militar do Distrito Federal, mas não o fez. “Houve, eu diria, incompetência, má vontade ou má fé das pessoas que cuidam da segurança pública do DF”, afirmou Lula.
Ele citou as imagens que mostram os policiais “guiando as pessoas na caminhada até a Praça dos Três Poderes” e disse que os policiais que “participaram disso não poderão ficar impunes e não poderão participar da corporação porque não são de confiança da sociedade brasileira”.
O presidente ainda criticou a atuação do então secretário de Segurança Público do Distrito Federal, Anderson Torres, que foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro: “Todo mundo sabe a fama dele de ser conivente com as manifestações. Então, a intervenção vai cuidar disso”.