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Deputados comemoram aprovação em dois turnos da PEC da Transição
Elaine Menke/Câmara dos Deputados José Guimarães coordenou as negociações direcionadas a aprovar a proposta Deputados da base do futuro governo L...
21/12/2022 18h50
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Câmara de Notícias
José Guimarães coordenou as negociações direcionadas a aprovar a proposta - (Foto: Elaine Menke/Câmara dos Deputados)

Deputados da base do futuro governo Lula comemoram a aprovação em dois turnos da PEC da Transição (PEC 32/22) nesta quarta-feira (21).

Responsável pela negociação do texto na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) agradeceu a todos os líderes partidários e ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), pelo empenho na votação da proposta. Apenas três partidos (Novo, PL e Republicanos) orientaram o voto contrário à PEC.

“O governo eleito ousou encaminhar ao Parlamento uma proposta de emenda constitucional aparentemente difícil; mas, ao fim, o resultado é espetacular para quem quer construir um governo de união nacional, centrado em um programa de reconstrução e transformação do Brasil”, disse Guimarães.

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O texto aprovado autoriza o novo governo a utilizar R$ 145 bilhões no Orçamento de 2023 fora do teto de gastos para bancar despesas como o Bolsa Família, o Auxílio Gás, a Farmácia Popular e outros.

Além disso, a proposta dá um novo arranjo aos R$ 19 bilhões do Orçamento de 2023 destinados às emendas de relator, consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os recursos serão rateados entre emendas individuais de deputados e de senadores e gastos não obrigatórios do Executivo.

Articulação política
O líder da oposição, deputado Wolney Queiroz (PDT-PE), destacou o papel de articulação política do governo eleito, que teve de negociar uma proposta que depende de maioria absoluta para ser aprovada.

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“Para poder tomar posse, para poder governar, teve que fazer uma emenda à Constituição e teve que aprová-la sem ter os instrumentos do governo. Não é uma tarefa fácil colocar 308 votos neste Plenário sem ter os instrumentos de um governo. Nós somos oposição hoje”, afirmou.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP), no entanto, criticou a medida. O Novo manteve a obstrução ao tema iniciada na terça-feira (20). Ela avaliou que a PEC da Transição é “populista” e vai prejudicar as contas públicas.

“Para resolver o problema da fome, precisamos tomar decisões corretas, com base em evidências, usando exemplos que funcionem, e fugir desse populismo barato, deste caminho mais fácil, desse jogo fácil, que só pensa, neste momento, na facilidade, na próxima eleição, e não pensa no futuro do País”, criticou.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) rebateu as críticas. Ela lembrou que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, já presidiu o País por dois mandatos e manteve o compromisso com a política fiscal.

“Nós queremos, aqui, estabelecer um equilíbrio fiscal, que foi a característica dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva. Em todos os seus anos de governo, Lula estabeleceu um superávit fiscal. E, ao mesmo tempo, havia o equilíbrio fiscal, mas também havia emprego, havia a desnaturalização da fome”, disse a deputada.

Novo regime fiscal
Já o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) cobrou que a negociação sobre a nova âncora fiscal, prevista pela PEC, seja iniciada pela Câmara dos Deputados e negociada com todos os líderes. “Que [a discussão da nova regra fiscal] se inicie pela Câmara, para não passarmos pelo que estamos passando agora, em que recebemos aqui um texto pronto, que limitou a Casa a emendar o assunto. E o segundo ponto é que nenhum regramento fiscal seja pautado sem o amplo consenso de que essa matéria está de acordo com aquilo que o Brasil espera para o controle das suas contas públicas”, disse.

Saiba mais sobre a tramitação de propostas de emenda à Constituição