Geral Determinação
Enquanto luta contra doença, moradora de Bento não deixa de faltar os treinos visando sua qualidade de vida
Sem deixar se entregar pelas dificuldades impostas pelos procedimentos e intervenções sofridas, Rosí, de 60 anos, é um exemplo de determinação, perseverança e coragem.
06/10/2022 18h45 Atualizada há 3 anos
Por: Kevin Sganzerla Fonte: NB Notícias
Rosí trabalha para voltar a ter equilíbrio no corpo após a cirurgia / Foto: Kévin Sganzerla

Após efetuar uma cirurgia para a colocação de uma prótese em sua perna esquerda, Rosí Consorte Signor, de 60 anos, sequer parava em pé. A fisioterapia a auxiliou a voltar a andar, mas ainda com dificuldades. Na primeira vez que chegou na academia, ela dependia de muleta, ou se segurava nas paredes para se deslocar no ambiente. Hoje, apesar de lutar contra um câncer, realizando quimioterapias, Rosí não deixa de perder os treinos para recuperar os seus movimentos e, desta forma, ter uma melhor qualidade de vida. A determinação está acima de qualquer outra coisa. 

Por tudo que Rosí enfrentou e ainda enfrenta com limitações por conta da cirurgia em sua perna e as quimioterapias, ela não deixa se entregar. O sorriso largo no rosto e a energia que espalha quando chega no ambiente comprovam a sua felicidade em viver e em batalhar a cada dia pela sua recuperação. 

Rosí, que vive em Bento Gonçalves desde os 15 anos de idade, começou a ter problemas em sua perna esquerda a partir de 2010. Na época, ela trabalhava em um banco e caminhava seguidamente pela cidade para auxiliar os clientes e em outras tarefas relativas a sua função. Por conta de um câncer localizado no fêmur, Rosí acabou quebrando a perna e fez uma cirurgia para a colocação de uma prótese, sem a necessidade de realizar quimioterapia. Depois do procedimento, as células cancerígenas desapareceram.

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No entanto, o câncer reapareceu. “Estou fazendo quimioterapia, pois apareceu uma mancha entre o pulmão e o coração. E estou fazendo quimioterapia para estancar ele ao invés de fazer uma cirurgia, por conta dos riscos na pandemia. Mas sempre falei para o meu médico que não era câncer, era só um probleminha. Nunca aceitei o diagnóstico de câncer”, relata. 

Rosí comemora a sua evolução obtida ao longo do processo de recuperação / Foto: Kévin Sganzerla

Ao mesmo passo que está se tratando da doença, Rosí fez uma nova cirurgia na perna para a colocação de outra prótese adicional, uma vez que a sua prótese havia se deslocado. Após um longo período de espera, ela efetuou o procedimento. Apesar das dificuldades, Rosí se diz muito bem de saúde. “Estou normal, esperando ter alta para voltar a fazer as minhas atividades no dia-a-dia”, pondera. 

Neste período de recuperação, além da fisioterapia, Rosí passou a frequentar assiduamente a academia, na Studio Educar. A vontade de superar essas dificuldades foi maior do que as limitações impostas pelos procedimentos. Em pouco tempo, ela teve uma evolução muito expressiva com a atividade física semanal. 

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“Rosí chegou aqui com problemas de baixa autoestima e com muito dificuldade ao andar, dependendo de uma muleta para caminhar. Ela tinha muita dificuldade de equilíbrio. Trabalhamos com ela desde o início e ela evoluiu muito neste aspecto. Hoje, se ela quisesse, poderia fazer uma caminhada sem muleta. Ela faz os exercícios em casa também, mas aqui ela socializa, brinca, conversa com todo mundo, e isso a encoraja ainda mais por estar aqui nesse processo, evoluindo a cada dia”, relata o professor da Studio Educar, Jeferson Silva. 

Anteriormente, no entanto, Rosí não gostava de praticar atividade física. No entanto, tanto a fisioterapia, realizada com o profissional Luan Carlo Bau, da Látero Reabilitação e Saúde, como as atividades desempenhadas na Studio Educar, sob supervisão do seu sobrinho, Diego Ferrari Signor, ela evoluiu consideravelmente e hoje não perde nenhum treino. “Está me ajudando muito, porque em casa acabamos ficando muito parados. Não consigo fazer todo o serviço de casa, pois a minha perna não dobra e não consigo me ajoelhar. Mas estou melhorando. Aqui eles exigem bastante, me puxam muito nos treinos, mas é para o meu bem, e está me ajudando bastante.

 

O seu sobrinho está auxiliando no processo de recuperação de Rosí / Foto: Kévin Sganzerla

 

Hoje, Rosí já consegue caminhar sem muleta e sem ajuda pelo ambiente da academia e em casa. “Sou um pouco medrosa ainda. Para sair ainda utilizo a muleta, mas em casa já ando sem ela”, comemora sorridente. 

De acordo com Jeferson, Rosí é o exemplo de coragem e de determinação, e é uma prova da importância da atividade física para a saúde. “A atividade física, neste caso da Rosí, entra como um auxílio construtivo não só físico, mas também emocional e energético, o que contribui muito para a qualidade de vida. Diante desta situação delicada vivenciada por ela, a atividade física não entra apenas nessa questão de estar com o corpo mais sadio, mas entra num âmbito social, pois ela sai, se distrai, conversa com outras pessoas, conhece novos formatos, novas visões. A atividade física é um poderoso remédio e não importa a idade”, salienta. 

Jeferson acompanhou todo o desenvolvimento de Rosí e afirma que ela é um exemplo a ser seguido por diversas pessoas que desistem de praticar atividades físicas por conta de suas limitações / Foto: Kévin Sganzerla

 

Conforme Rosí, o segredo para encontrar energias para se dedicar a cada dia, apesar das dificuldades, é acreditar em si próprio. “É só ter fé, acreditar em si mesma. Às vezes dá vontade de chorar? Claro, mas choramos, reclamamos e seguimos em frente. É viver cada dia numa boa e pensar o menos possível na doença. Temos que levar na brincadeira e aceitar. Quanto mais nos divertimos menos se pensa nessa situação”, comenta Rosí, que conclui: “Não estou trabalhando então ficar em casa é difícil, e o que mais mata a gente é esse período de política”, brinca gargalhando. 

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, Rosí é um exemplo de que a vida pode ser vivida com muita alegria e com muitos sorrisos a espalhar pelo mundo. “É seguir e agradecer por estar aqui ainda”, pondera.