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PTB, PL e PP triplicam candidatos a deputado; partidos de esquerda preferem reduzir
PTB, PP e PL são os partidos que mais ganharam candidatos à Câmara dos Deputados nas eleições deste ano, apresentando mais do que três vezes o n...
17/08/2022 10h30
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Câmara de Notícias
Foto: Reprodução

PTB, PP e PL são os partidos que mais ganharam candidatos à Câmara dos Deputados nas eleições deste ano, apresentando mais do que três vezes o número da eleição passada. Outros partidos de centro quase que dobraram o número de candidatos: Solidariedade, PSC, PSD e Republicanos.

Na outra ponta, partidos de esquerda optaram por uma estratégia de reduzir o número de candidaturas, entre eles Rede, Psol, PV e PCdoB. O PT também reduziu levemente o número de candidatos e terá menos do que outros partidos de esquerda, PDT e PSB, que ganharam candidatos.

Trocas partidárias
O quadro eleitoral reflete em parte as mudanças no sistema partidário desde a eleição passada. Dois dos partidos que mais cresceram, o PP e o PL, também tiveram um aumento significativo de deputados em exercício. O PL, que contava com 33 deputados na data da posse, em 2019, atualmente detém a maior bancada, com 77 parlamentares – uma diferença de 44. Já o PP ganhou 20 deputados, passando de 38 para os atuais 58.

O PSD (hoje com 47 parlamentares) e o Republicanos (com 44) também aumentaram o número de representantes ao longo desta legislatura. As exceções nessa lista são o PTB e o Solidariedade, que perderam deputados na comparação com a data da posse.

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Incorporações e fusões
Outro fator para se considerar com relação ao número de candidatos são as fusões e incorporações de partidos. Desde a eleição passada, o número de legendas na disputa foi reduzido de 35 para 32. O Patriota incorporou o PRP, o PCdoB incorporou o PPL, Podemos incorporou o PHS, e União é a fusão do DEM e PL.

Legendas nessa situação tiveram que reduzir o número de candidatos por causa das novas regras eleitorais. Nesta eleição, o número máximo de candidatos ao Legislativo foi limitado ao número de vagas no estado + 1. Como exemplo, no estado de São Paulo, que tem 70 vagas para deputado federal, cada partido pode apresentar até 71 candidatos. Em estados menores, com oito representantes, é possível inscrever até nove candidatos.

Nas regras anteriores, era possível inscrever até 200% do número de vagas em disputa. Em São Paulo, isso significaria até 140 candidatos por partido. Já em estados menores, até 18 candidatos.

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Regras
Outras mudanças nas regras eleitorais influenciaram as estratégias do partidos. Esta será a primeira eleição para Câmara dos Deputados sem coligações, o que dificulta as chances de partidos menores elegerem candidatos.

Para se adaptarem a essa novidade, sete legendas se integraram para formar três federações partidárias: PT-PCdoB-PV, PSDB-Cidadania e Psol-Rede. Enquanto as coligações tinham uma natureza apenas eleitoral e temporária, as federações vão durar até o fim do mandato dos candidatos.

Também aumentou o número necessário para alcançar a cláusula de barreira, um pré-requisito para ter acesso ao Fundo Partidário e à propaganda no rádio e na TV.

Nesta eleição, os partidos devem obter no mínimo 2% dos votos válidos para Câmara dos Deputados, distribuídos entre nove estados, ou eleger ao menos 11 deputados, distribuídos em pelo menos nove estados.

Ainda mudou a distribuição de sobras para definição das cadeiras na Câmara. Apenas partidos que alcancem 80% do quociente eleitoral e candidatos que obtenham 20% do desse quociente participarão do rateio.

 

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