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Comissão convoca ministro da Educação para esclarecer denúncias relativas à gestão de Milton Ribeiro
Geraldo Magela/Agência Senado Polícia Federal investiga tráfico de influência no MEC A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara d...
29/06/2022 11h50
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Câmara de Notícias
Polícia Federal investiga tráfico de influência no MEC - (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou a convocação do ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, para prestar esclarecimentos sobre denúncias de tráfico de influência e corrupção no ministério. O requerimento foi requerimento pelo deputado Ivan Valente (Psol-SP).

No dia 22 deste mês, a Polícia Federal prendeu o ex-ministro da pasta Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura por suspeitas de envolvimento em um esquema irregular de liberação de recursos da pasta. Todos já foram soltos.

Ribeiro saiu do Ministério da Educação (MEC) após a divulgação, em março, de áudio em que pastores detalhavam um aparente esquema de favorecimento na distribuição de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

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Ivan Valente ressalta que os pastores não têm vínculo com o Ministério da Educação. Apesar disso, após encontros promovidos pelo “gabinete paralelo”, ao menos 48 municípios foram beneficiados com recursos do FNDE. “Resta evidente que Gilmar e Arilton utilizaram de sua amizade íntima com o ex-ministro para intermediar, através da Secretaria de Educação, recursos do MEC para municípios selecionados com critérios religiosos”, afirma o parlamentar.

Ainda segundo Ivan Valente, enquanto o governo atendeu aliados, o Ministério da Educação travou a liberação de R$ 434 milhões do FNDE para prefeituras de todo o País. “Os valores se referem a obras em 1.369 prefeituras, que, embora aptas a receber dinheiro federal, não tiveram as transferências efetivadas pelo governo”, denuncia o deputado.

Com a saída de Ribeiro do Ministério da Educação, o cargo foi assumido por Victor Godoy Veiga, que era secretário-executivo da Pasta. Ivan Valente afirma que Godoy é uma pessoa de confiança do ex-ministro e participou de agendas com Gilmar Santos e Arilton Moura.

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“Resta irrefutável que ele conviveu intensamente com os acusados e seus esquemas, bem como possui acesso e pleno conhecimento das informações no âmbito do Ministério da Educação sobre a destinação de recursos federais e transferências efetivadas pelo governo”, afirma o deputado.

Ministro da Justiça
Nesta terça-feira (28), a Comissão de Trabalho convidou o ministro da Justiça, Anderson Torres, para falar sobre a Operação Acesso Pago, que apura supostas irregularidades no Ministério da Educação.