Política Eleições 2022
Bolsonaro deve escolher candidato a vice "aos 45 do segundo tempo"
Estratégia é para evitar perder aliados na coligação. Ex-ministros Braga Netto e Teresa Cristina são os favoritos para ocupar o cargo.
26/06/2022 11h58 Atualizada há 2 anos
Por: Marcelo Dargelio
Presidente afirmou que não tem pressa em divulgar quem será seu vice na eleição - Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) está decidido a postergar ao máximo a escolha do vice de sua chapa à reeleição. Aliados da base no Congresso e interlocutores do governo dizem que a intenção é fazer uma escolha apenas "aos 45 minutos do segundo tempo". O objetivo, segundo explicam os mais próximos do presidente, é evitar o "fogo amigo" do núcleo político do governo para "queimar" o preferido de Bolsonaro: o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa.

Cientes dessa preferência do presidente pelo general, aliados políticos ainda tentam demover Bolsonaro dessa ideia e persuadi-lo a optar por outro nome. A opção mais citada na base governista é o a deputada federal Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura. Ele é a preferida do Centrão, o bloco que partidos que dá sustentação ao governo no Congresso.

Entre os aliados políticos que apoiam Tereza como vice estão o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PP); o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado do PP; e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

Com menos de um mês restando para as convenções partidárias, que ocorrem entre 20 de julho e 5 de agosto, os aliados políticos tentam convencer Bolsonaro a escolher Tereza em conversas privadas. Mas o presidente da República reiteradamente desconversa sobre o tema e tenta sempre mudar o assunto.

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Embora não tenha objeções pessoais em relação a Tereza e não a descarte como vice, Bolsonaro demonstrou incômodo a interlocutores com a pressão política para a escolha da ex-ministra. Inclusive, ele suspeita de que a base governista esteja usando a imprensa para "fritar" Braga Netto, com sugestões e informações de que o general teria "entregue os pontos" e que o núcleo político estaria tentando encontrar uma "saída honrosa" para o ex-ministro.

A fim de evitar o "fogo amigo" contra Braga Netto, Bolsonaro deixou claro ao seu núcleo eleitoral que também não descarta escolher a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos); e o ex-ministro Rogério Marinho (PL), do Desenvolvimento Regional.

 

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