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Secretário defende reforma administrativa e afirma que estratégia de segurar reajustes está no limite
Billy Boss/Câmara dos Deputados Colnago defendeu reforma administrativa que dê mais racionalidade aos gastos O secretário Especial do Tesouro e O...
08/06/2022 18h25
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Câmara de Notícias
Colnago defendeu reforma administrativa que dê mais racionalidade aos gastos - (Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados)

O secretário Especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, defendeu nesta quarta-feira (8) a aprovação da reforma administrativa como forma de melhorar as despesas com pessoal da União. Segundo ele, o governo chegou ao limite da política de controlar os gastos pela via da não concessão de reajustes salariais.

As despesas com pessoal devem encerrar o ano no menor nível desde 2013, o equivalente a 3,52% do Produto Interno Bruto (PIB). Cinco anos atrás (2017), esse gasto era equivalente a 4,31% do PIB.

“Nosso entendimento é que estamos chegando ao limite de continuar esse controle de despesa eminentemente segurando o reajuste. Está na hora de caminharmos com uma reforma administrativa que dê mais racionalidade ao gasto com pessoal”, disse Colnago.

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Ele participou de audiência pública na Comissão Mista de Orçamento, onde apresentou o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO ) para 2023 (PLN 5/22), que tramita no colegiado. O projeto é relatado pelo senador Marcos do Val (Pode-ES), que participou da audiência.

Colnago informou que a projeção da despesa de pessoal em 2023 deve contar com R$ 11,7 bilhões decorrentes de reajuste que seria concedido em 2022. Mas ainda não há uma posição final do governo sobre o assunto.

A proposta da reforma administrativa (PEC 32/20) aguarda votação no Plenário da Câmara. A aprovação da PEC também foi defendida pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP), que criticou a dificuldade do Congresso Nacional em votar a matéria. “A gente não teve nenhum avanço nessa área. Não discutimos prioridades do País”, afirmou.

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Adriana Ventura cobrou a votação da reforma administrativa - (Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados)

Após questionamento do deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), Colnago reconheceu que a queda dos gastos com pessoal também foi favorecida pela Lei Complementar 173/20, que limitou a criação de cargos e reajustes salariais no serviço público durante o estado de calamidade decorrente da pandemia.

Panorama fiscal
Colnago também falou sobre a situação fiscal do País. Segundo ele, a performance fiscal está sendo melhor do que o governo previa inicialmente quando encaminhou a LDO.

Em 2021, o Brasil obteve o segundo melhor resultado primário entre os 20 maiores PIBs do mundo. Além disso, em 2025, o País deve ter o seu primeiro superávit primário desde 2014, quando iniciou a trajetória de déficits primários. “O dever de casa vem sendo feito. A gente vem tentando diminuir o endividamento público”, disse o secretário.

Transferências especiais
Durante o debate, o deputado Tiago Dimas (PODE-TO) defendeu a inclusão no projeto da LDO de um dispositivo que possibilite o uso das transferências especiais nas emendas de bancada. Hoje, esse tipo de repasse só é permitido, pela Constituição para as emendas parlamentares individuais.

As transferências especiais são um tipo de repasse de recursos de emendas para os estados e municípios que independe de celebração de convênio ou de instrumento similar. Em 2021, o Congresso aprovou um dispositivo semelhante para as bancadas, mas o presidente Jair Bolsonaro vetou.

Para Dimas, as transferências especiais desburocratizam os repasses para os entes. “As emendas de transferências especiais dão dinamismo e fazem com que os recursos sejam executados de forma mais célere”, disse.

Também participaram da audiência pública os deputados Paulo Guedes (PT-MG), que criticou o contingenciamento de recursos para as universidades federais e institutos federais; a deputada Aline Sleutjes (Pros-PR), que defendeu mais recursos para a agricultura; e a deputada Leandre (PSD-PR), que pediu a inclusão, na LDO, de uma regra para apuração dos recursos utilizados em ações do programa Primeira Infância.