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Oposição critica novos temas na MP que renegocia dívidas do Fies; acompanhe
Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados Deputados analisam propostas em sessão do Plenário Parlamentares de oposição criticaram a inclusão de novos tem...
17/05/2022 20h51
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Câmara de Notícias
Deputados analisam propostas em sessão do Plenário - (Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados)

Parlamentares de oposição criticaram a inclusão de novos temas no relatório do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) sobre a Medida Provisória 1090/21, que trata da renegociação de dívidas do Fies. Motta incluiu na MP a renegociação de dívidas de empresas e de Santas Casas. Segundo ele, houve acordo com o governo.

O relator também alterou a renegociação de dívidas do Fies para dar um desconto maior para pessoas que estão no CadÚnico ou foram beneficiárias do auxílio emergencial. “Terão a possibilidade de dividir em até 15 parcelas, ou seja, aumentamos em 50% a questão do parcelamento. E estamos elevando o desconto de 92% para 99%. É praticamente uma anistia para esses mais de 455 mil contratos, 455 mil estudantes, 455 mil famílias, que vão poder quitar os seus débitos, dividindo em até 15 vezes, pagando apenas 1% daquilo que foi financiado”, disse Motta.

Já o refinanciamento de empresas incluído no texto, segundo ele, tem o objetivo de incentivar a recuperação econômica. “Nós conseguimos 65% de desconto, e a divisão em até 120 parcelas. Na nossa avaliação, ficou uma negociação extremamente atrativa para aqueles que procurarem tanto a Receita Federal como a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para fazerem a transação dos seus débitos”, afirmou Motta.

O relator defendeu ainda a renegociação de dívidas das Santas Casas. “Com isso, podemos promover o fortalecimento do Sistema Único de Saúde e dar a essas instituições a oportunidade de refinanciarem seus débitos, terem suas certidões e manterem os serviços que são tão importantes para a nossa população”, disse.

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Questionamento
A líder do Psol, deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), questionou a inclusão desses temas, considerados por ela matéria estranha. “Essas matérias são verdadeiros 'jabutis', não havendo nenhuma justificativa para a inclusão desses temas em uma medida provisória que trata de assunto completamente diverso”, criticou.

Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), autorizou a inclusão. “O tema basilar da medida provisória não é Fies, é Refis, é refinanciamento. E o refinanciamento pode ser da educação ou da saúde, pode ser tributário. Não há matéria estranha”, decidiu Lira.

O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) defendeu a medida, mas cobrou a retomada da análise das medidas provisórias nas comissões mistas. Ele avalia que os temas poderiam ser melhor discutidos nos colegiados.

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“Tudo isso acontece porque as comissões especiais que deveriam analisar as medidas provisórias nunca mais foram instaladas, e não há motivo para isso. Não havendo essas comissões, ficamos nesse dilema na Câmara dos Deputados e no Senado”, criticou.

O deputado Leo de Brito (PT-AC) criticou a inclusão do refinanciamento de dívidas empresariais e das Santas Casas na matéria e cobrou a ampliação da anistia aos estudantes. “Aqui nesta Casa nós já fizemos Refis e anistia para grandes empresários, para banco, para setores econômicos dos mais diversos. Quase todo ano aprovamos Refis. Os nossos estudantes que estão entrando na carreira profissional merecem a anistia total das suas dívidas”, disse.]

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) também defendeu anistia total aos estudantes. “A medida provisória não é ruim, ela é boa. Agora, ela só atinge uma parte dos devedores”, afirmou.

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