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CCJ debate a execução de atividades pela iniciativa privada em estabelecimentos penais
Geraldo Bubniak/Agência de Notícias do Paraná Proposta permite a execução por terceiros de atividades consideradas acessórias A Constituição e Ju...
16/05/2022 11h11
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Câmara de Notícias
Proposta permite a execução por terceiros de atividades consideradas acessórias - (Foto: Geraldo Bubniak/Agência de Notícias do Paraná)

A Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados debate nesta terça-feira (17) proposta que trata da execução indireta, sob a supervisão do Estado, de atividades desenvolvidas nos estabelecimentos penais.

Conforme o Projeto de Lei 2694/15, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o Sistema Carcerário Brasileiro, poderão ser executadas por empresas ou parceiros privados serviços como de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria, recepção, reprografia, telecomunicações, lavanderia e manutenção de prédios, instalações e equipamentos internos e externos; serviços de assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa, entre outros.

O texto já foi aprovado pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Agora, a proposta depende de aprovação da CCJ antes de seguir para Plenário.

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De acordo com o deputado Subtenente Gonzaga (PSD-MG), que pediu a realização do debate, o projeto a segurança dos estabelecimentos penais, o que caracteriza uma tendência à “privatização” dos presídios. "Esse sistema, de uso comum nos Estados Unidos e Europa, foi implantado recentemente no Brasil, havendo controvérsia sobre as eventuais vantagens de sua aplicabilidade", disse.

"Nas unidades federativas em que o sistema penitenciário é razoavelmente organizado, e em que a qualidade dos estabelecimentos penais é ligeiramente superior à média nacional, os agentes penitenciários são servidores públicos concursados, organizados em carreira, geralmente pertencentes ao corpo policial, que integra as carreiras típicas de Estado", afirma.

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Na avaliação das deputadas Fernanda Melchionna (Psol-RS) e Sâmia Bomfim (Psol-SP), que também solicitaram o debate, o principal objetivo é "a privatização do sistema penitenciário brasileiro, o que, além da constitucionalidade extremamente duvidosa, pode causar uma série de outros problemas, como a criação de oligopólios que se alimentam do encarceramento em massa".

Foram convidados, entre outros:

- o  secretário de Estado de Justiça e da Cidadania do Estado de Roraima, André Fernandes Ferreira;
- o presidente do Sindicato dos Policiais Penais e Trabalhadores do Sistema Penitenciário Paulista, Gilson Pimentel Barreto;
- o presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Distrito Federal, Gilvan Albuquerque; e
- o coordenador-chefe do Departamento de Sistema Prisional do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Gustavo Octaviano Diniz Junqueira.

Confira a lista completa de convidados

O debate será realizado às 9 horas, no plenário 1. O público pode acompanhar o debate e participar da discussão pela internet.