Geral Pais ausentes
Número de mães solo em Bento aumenta mais de 300% em quatro anos
Entre 2017 e 2018, apenas 18 crianças nasceram sem que o pai registrasse. Entre 2021 e 2022, esse número saltou para 62.
08/05/2022 10h22 Atualizada há 2 anos
Por: Marcelo Dargelio

Neste domingo, 8 de maio, muitas mães têm ainda mais motivos para comemorar a data, pois são mãe e pai ao mesmo tempo de seus filhos. Um levantamento no Cartório de Registro Civil mostra que o número de mães solo em Bento Gonçalves aumentou mais de 300% nos últimos quatro anos. Neste meio tempo, também, aumentou o número de pedidos de reconhecimento de paternidade.

Os dados são do Portal da Transparência do Registro Civil, denominado Pais Ausentes, que foi lançado no mês de março deste ano. De acordo com os números, o crescimento das mães solo em Bento Gonçalves deu um salto muito grande num comparativo entre os meses de maio de 2017 e maio de 2018, com maio de 2021 e maio de 2022. 

Pelo levantamento, entre 7 maio de 2017 e 6 de maio de 2018, foram registrados 18 casos de filhos registrados apenas pela mãe. Entre 7 de maio de 2021 e 6 de maio de 2022, esse número chegou a 62 mulheres, um aumento de 345%. Os dados mostram que os casos de mães solo aumentaram consideravelmente desde 2018. Entre 7 de maio de 2018 e 6 de maio de 2019, foram registrados 45 casos de pais ausentes. Entre 7 de maio de 2019 e 6 maio de 2020, foram 46 casos.

Durante a pandemia, o aumento foi ainda mais significativo. Entre 7 de maio de 2020 e 6 de maio de 2021, foram 64 casos de mães tendo filhos sem os pais presentes. Coincidentemente, vem aumentando desde 2019 o número de pedidos de reconhecimento de paternidade. Desde novembro de 2019 até 7 de maio de 2022, foram 69 pedidos de reconhecimento realizados diretamente nos cartórios, dispensando o processo judicial. 

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 Até dezembro de 2021, a média mensal era de 2 a 3 casos por mês de pedidos de reconhecimento de paternidade. Porém, em 2022, esses números vêm aumentando, chegando a ter 9 casos de reconhecimento solicitados em um único mês. 

Para o presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen/RS), Sidnei Hofer Birman, as mães não podem deixar de procurar seus direitos e, principalmente, de incluir o pai na certidão de nascimento dos filhos. "O registro é o primeiro documento de um cidadão. Ter o nome do pai expresso na certidão assegura à criança importantes direitos. Os Cartórios de Registro Civil estão exercendo importante função na desburocratização do processo de reconhecimento de paternidade, evitando que esse tipo de questão tenha que ser discutido por meio de processos judiciais.