O júri do caso Rafael Winques teve início nesta segunda-feira (21), na cidade de Planalto. A mãe do menino, Alexandra Salete Dougokenski é acusada de matar o filho, de 11 anos, na cidade do norte do Estado. A primeira sessão durou somente 11 minutos, uma vez que foi dada por encerrada após uma discussão intensa entre acusação e defesa.
A defesa de Alexandra levantou questão de ordem, mencionando um suposto áudio de Rafael, o qual teria sido enviado ao pai, Rodrigo Winques, que reside em Bento Gonçalves. Os advogados pediam a perícia do material, porém o pedido foi indeferido pela juíza Marilene Parizotto Campagna. Após um desentendimento entre acusação e defesa, os advogados se retiraram do tribunal. Com isso, o júri foi cancelado e uma nova data será definida, de acordo com Tribunal de Justiça do RS.
Conforme a defesa, o áudio teria sido enviado um dia após a data que o Ministério Público (MP) menciona como sendo a da morte da criança, no dia 14 de maio de 2020. O MP, no entanto, afirma que o pedido é uma estratégia, que os advogados tinham acesso ao material desde o início do processo e que não há motivos para a anulação do júri. A magistrada foi de encontro ao MP e, além disso, citou que o pedido ocorreu já passado o prazo para solicitação de perícia.
Relembre o caso:
Rafael desapareceu no dia 15 de maio de 2020. A mãe sustentava que ele teria ido dormir e, na manhã seguinte, não estava mais em casa. Após dez dias, Alexandra confessou que havia assassinado o filho e indicou a localização do corpo, que se encontrava dentro de uma caixa de papelão em um terreno da casa vizinha.
De acordo com o MP, responsável pela acusação, Alexandra teria feito com que o filho tomasse dois comprimidos de Diazepam, um ansiolítico com efeito calmante, sob o pretexto de que ele dormiria melhor. Assim que o remédio fez efeito, a mãe teria estrangulado a criança com uma corda.
Ao longo do inquérito e da instrução judicial, a ré apresentou versões distintas do crime e passou a acusar o pai de Rafael, Rodrigo Winques. A defesa dele nega qualquer envolvimento de Rodrigo no caso, afirmando conter nos autos provas testemunhais e provas periciais que demonstraram que ele estava em Bento Gonçalves na data do crime.