Região Caso Daniel Carniel
Polícia identifica mandante de agressão ao jornalista Daniel Carniel em Garibaldi
Acusado foi chefe de gabinete no último mandato do ex-prefeito Antônio Cettolin. Ele foi até a delegacia e preferiu permanecer em silêncio.
02/02/2022 08h09 Atualizada há 2 anos
Por: Marcelo Dargelio

A Polícia Civil de Garibaldi concluiu o inquérito que investigava a agressão sofrida pelo jornalista Daniel Carniel, no dia 14 de janeiro, na cidade de Garibaldi. O titular da delegacia, delegado Clóvis Rodrigues de Souza deu entrevista coletiva à imprensa e deu detalhes do que teria ocorrido, chegando ao mandante do crime. O delegado não revelou o nome, mas a reportagem do NB Notícias confirmou que seria o então secretário de Administração e chefe de gabinete no governo do ex-prefeito Antônio Cettolin.

Antes do início da coletiva de imprensa na Delegacia de Garibaldi, o delegado Clóvis de Souza recebeu a visita de um oficial de justiça. Isso porque, o advogado de um dos acusados ingressou na justiça com um mandado de segurança, pedindo que não fosse divulgado o nome do mandante do crime e nem suas iniciais. O pedido foi indeferido pelo juiz Gerson Martins da Silva.

Em entrevista coletiva realizada na tarde desta quarta-feira, 2 de fevereiro, o delegado titular da Polícia Civil de Garibaldi, Clóvis Wainer Rodrigues de Souza, apresentou para a imprensa o resultado das investigações e o inquérito que apura o crime de agressão cometido contra o jornalista Daniel Tercílio Carniel, do Portal Adesso, de Garibaldi. Carniel foi pego de tocaia enquanto chegava na emissora no último dia 14 de janeiro por volta das 12h50min. O jornalista foi covardemente agredido com socos e chutes e mesmo sangrando, entrou ao vivo no seu programa para denunciar o atentado. 

De acordo com a Polícia Civil, três são as pessoas envolvidas no crime. O delegado Clóvis mostrou o trabalho da investigação que prendeu o agressor, realizou busca e apreensão na casa do atravessador e também prendeu o celular do mandante do ato criminoso. Na coletiva, a policia mencionou as iniciais dos envolvidos, mas o NB, com exclusividade, teve acesso ao inquérito e confirmou o nome do trio. 

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O acusado de ser o mandante do crime é o ex-secretário de Administração e ex-chefe de gabinete do ex-prefeito de Garibaldi, Antônio Cettolin (MDB), Micael Carissimi, de 34 anos. Segundo a apuração feita pela Polícia Civil, Carissimi teria contratado por R$ 1,5 mil, V.A.C, de 26 anos, morador de Farroupilha. Ele foi o motorista e pagou R$ 500,00 para o jovem William Dorneles, de 21 anos, que mora em Carlos Barbosa, para agredir o jornalista.  

O jovem Dorneles confessou a autoria da agressão. Ele teve o telefone apreendido e as roupas e o calçado utilizados no dia do crime. O agressor não conhecia Carniel e foi levado por V.A.C. para cometer o crime. Carissimi mantinha contato por celular com o V.A.C, que acabou confessando a ligação com o ex-secretário municipal e que teria recebido o dinheiro para realizar a agressão.

Segundo o delegado Clóvis, Carissimi teria alegado problemas pessoais com algumas afirmações feitas por Daniel Carniel no programa Prato Limpo, exibido no Portal Adesso e na Adesso TV. Micael Carissimi foi chamada na delegacia e compareceu acompanhado de seu advogado. Ele preferiu ficar em silêncio e não responder aos questionamentos feitos pelo delegado. 

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Apesar disso, o delegado garante que há provas suficientes que comprovam quem era o mandante do crime. Carissimi teve o seu celular apreendido e ele será periciado a fim de buscar mais elementos que o liguem ao crime cometido contra o jornalista Daniel Carniel.

Quem é o acusado de ser o mandante do crime

Braço direito do ex-prefeito Antônio Cettolin (MDB), Micael Carissimi integrou todos os mandatos do ex-prefeito de Garibaldi.  Carissimi foi secretário municipal de Obras, secretario municipal de Administração e, no último mandato do ex-prefeito, foi chefe de gabinete de Cettolin. Atualmente, Carissimi trabalha na Assembleia Legislativa, ocupando a função de assessor  especial de comunicação. 

Delegado Clóvis Rodrigues de Souza deu o caso como encerrado e que não há dúvidas da participação dos três acusados no crime.