Segurança Deu ruim
Influenciadores são investigados por lavagem de R$ 7 milhões
Casal promovia jogos de azar e ostentava vida luxuosa nas redes sociais.
16/12/2025 09h34 Atualizada há 11 horas
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Reprodução/Especial
Reprodução/Especial

Um casal de influenciadores do Vale do Sinos está sob investigação por suposta lavagem de R$ 7 milhões provenientes da promoção do Jogo do Tigrinho e outros jogos de azar. Na manhã desta terça-feira (16), o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) deu início ao cumprimento de mandados de busca, apreensão e sequestro em Dois Irmãos e Capão da Canoa.

O casal alvo dos mandados é Franciele Roulim e Diogo Fries, que utilizavam suas contas nas redes sociais para alavancar plataformas ilegais de apostas, chegando a exibir a imagem da filha pequena para atrair novos apostadores. A influenciadora possui mais de meio milhão de seguidores e, segundo a investigação, apresentava uma vida de luxo, ostentando bens e viagens enquanto prometia ganhos fáceis aos seus seguidores.

A ação do MP visa apreender veículos de luxo, como uma Porsche Taycan e uma BMW X6, além de imóveis, joias, bolsas de grife, relógios e obras de arte, todos adquiridos com recursos oriundos de atividades ilícitas. Os investigados promoviam os jogos por meio de stories nas redes sociais, atraindo principalmente pessoas de baixa renda.

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O promotor Flávio Duarte, da 8ª Promotoria Especializada Criminal de Porto Alegre, destacou que a prática de jogos de azar é controlada pelo operador, que define regras e algoritmos, sem que o apostador tenha acesso a informações que comprovem a aleatoriedade do sistema. “A prática reiterada e organizada do jogo revela estrutura empresarial voltada à exploração econômica da contravenção”, afirmou Duarte.

Os influenciadores recebiam repasses financeiros tanto de empresas intermediárias quanto das próprias plataformas de jogos, reforçando o caráter predatório do esquema. A investigação busca desarticular essa rede que se aproveita da vulnerabilidade econômica de seus usuários.

A operação evidencia a crescente preocupação das autoridades com a exploração de jogos de azar nas redes sociais, que, apesar de ilegais, atraem um público considerável por meio de promessas enganosas de enriquecimento fácil.

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