Segurança Desabafo de dona de
Insegurança alimentar afeta 15% da população do Rio Grande do Sul
Famílias enfrentam dificuldades para garantir alimentação básica em meio a desafios sociais.
03/12/2025 08h34
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Reprodução/Especial
Reprodução/Especial

O desabafo de Eliezer Nunes Lima, dona de casa em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, expõe a realidade de uma parte significativa da população gaúcha que vive em situação de insegurança alimentar. "O máximo que consegui este mês foi comprar a cesta básica e uma caixa de leite. A carne ficou para trás", afirma Eliezer, que, devido a uma depressão pós-parto, não conseguiu retornar ao trabalho e depende do salário do marido, um zelador, e do Bolsa Família para sustentar a família. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, 14,8% da população do Rio Grande do Sul está em situação semelhante, sem saber se terá comida suficiente nas próximas horas.

Embora o índice de insegurança alimentar tenha diminuído em relação a 2004, quando era de 24,7%, a fome continua a ser um desafio social no estado. Para se adaptar à falta de alimentos, Eliezer improvisa: "Ontem foi salsichão picado", relata. Este cenário é refletido nas experiências de outras famílias, como a de Erondina Ribeiro Fragoso, que sonha em ter uma mesa farta, com "uma salada, muita verdura, fruta... e um churrasquinho magro".

Para enfrentar essa realidade, o governo estadual tem implementado medidas como o programa Devolve ICMS, que já repassou mais de R$ 1 bilhão a mais de 600 mil famílias nos últimos quatro anos. Além disso, o fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional ampliou de 5 para 66 os municípios participantes desde 2023. O secretário de Desenvolvimento Social do RS, Beto Fantinel, destaca a importância de 464 pontos populares, como cozinhas comunitárias e hortas, que recebem alimentos da agricultura familiar.

Continua após a publicidade

Apesar dos esforços do governo, a fome permanece uma realidade para milhares de gaúchos. As iniciativas, embora significativas, ainda não são suficientes para erradicar a insegurança alimentar, que continua a afetar a vida de muitas famílias. A luta pela alimentação adequada e digna permanece um desafio constante no cotidiano de quem vive no estado.