Geral Até que enfim
Demolição do antigo presídio de Bento Gonçalves começa nesta semana
Estrutura obsoleta e localizada em área central da cidade começa a ser removida por empresa contratada.
03/12/2025 00h35
Por: Marcelo Dargelio
Após anos de espera, finalmente o antigo presídio será demolido - Foto: Reprodução/Especial

A demolição do antigo Presídio Regional de Bento Gonçalves (PRBG) terá início nesta semana, marcando o fim de uma estrutura que permaneceu abandonada desde sua desativação em 1º de novembro de 2019. O prédio, localizado na rua Assis Brasil, nº 368, esquina com a 13 de Maio, era há anos apontado como inadequado, inseguro e incompatível com a área central da cidade. A retirada da construção era uma reivindicação histórica dos moradores do entorno e de toda a comunidade.

Desde a transferência dos 385 apenados para a nova penitenciária na linha Palmeiro, o prédio servia apenas como estacionamento improvisado para servidores das Delegacias de Polícia, que ainda operam em estruturas vizinhas. Agora, com o processo de demolição em andamento, inicia-se uma nova etapa para reorganização e valorização daquele território no coração de Bento Gonçalves.

Empresa de Novo Hamburgo executa a obra

A demolição está a cargo da empresa DD Vargas Terraplanagem, de Novo Hamburgo, vencedora da licitação. O serviço inclui o isolamento da área, derrubada do prédio, limpeza, coleta dos resíduos e destinação adequada do material. O valor total do contrato é de R$ 330.875,30 — sendo cerca de R$ 140 mil destinados à mão de obra e R$ 190 mil referentes a materiais.

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A empresa foi a terceira colocada no processo licitatório, mas acabou assumindo a execução após as duas primeiras concorrentes serem desclassificadas.

Terreno abrigará nova fase da segurança pública

Após a conclusão da demolição, o próximo passo será a transferência das Delegacias de Polícia que funcionam no local para uma nova Central de Polícia, a ser construída na rua Costa e Silva, no bairro Planalto. Com o terreno totalmente desocupado, caberá ao Governo do Estado definir a destinação final da área. A expectativa é de que o espaço receba um projeto capaz de valorizar o centro da cidade e atender demandas da sociedade civil.

“Promessa cumprida”, diz deputado Guilherme Pasin

Deputado foi até o antigo presídio dar as primeiras marretadas da demolição

 

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O deputado estadual Guilherme Pasin (PP), um dos principais articuladores do processo desde 2012, destacou a importância simbólica e prática da derrubada: “Fico muito feliz com a demolição porque é o cumprimento de um compromisso firmado com a comunidade desde quando eu era candidato a prefeito. Trabalhamos muito para buscar esse desfecho”, afirmou.

Pasin lembra que a construção da nova penitenciária — primeiro passo para desativar o presídio central — exigiu uma longa articulação política, enfrentando negativas do Estado por falta de recursos. A solução veio por meio de um anteprojeto de lei que permitiu a permuta de áreas inservíveis, aprovado pela Assembleia Legislativa. O parlamentar acompanhou todas as etapas, desde elaboração de projetos e licitações até a alocação de recursos.

 
 
 
 
 
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O deputado também citou que, após a desocupação, ainda houve tentativas de manter o local como estrutura prisional, seja para menores infratores ou como presídio feminino — propostas que não tiveram apoio político ou da comunidade.

A promessa de que ele mesmo daria “a primeira marretada” na demolição foi cumprida e virou vídeo divulgado em suas redes sociais.

Rebelião de 2014 marcou o início do fim

A deterioração do prédio e sua inadequação não eram novidades. A grande rebelião de 8 de maio de 2014, que durou mais de quatro horas, expôs de forma dramática as condições precárias do presídio: superlotação, déficit de servidores, danos estruturais e tensão constante. A OAB, após vistoria, confirmou a gravidade da situação. O episódio acelerou o debate sobre a necessidade de retirar o presídio do centro e buscar uma nova estrutura para o sistema prisional local.

Nova fase para um espaço central da cidade

Com o início da demolição, Bento Gonçalves encerra um ciclo de mais de meio século marcado por improvisos, rebeliões, insegurança e desgaste urbano. A queda da estrutura abre caminho para a requalificação de uma área estratégica no centro e representa uma conquista comunitária aguardada há mais de uma década.

 

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