Segurança Golpe no tráfico
Operação Spotlight prende chefes do tráfico no Rio Grande do Sul
A operação revelou a formação de uma espécie de consórcio criminal, no qual facções historicamente rivais se uniram para otimizar a distribuição de drogas e a lavagem de dinheiro no Estado.
27/11/2025 13h04 Atualizada há 4 horas
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Reprodução/Especial
Fotos: Polícia Civil/Especial

A Operação Spotlight, deflagrada na manhã desta quinta-feira (27), levou à prisão de 45 pessoas em diversas cidades do Rio Grande do Sul e de outros estados, incluindo São Paulo. Entre os detidos está Marizan de Freitas, um dos principais líderes da facção Os Manos. Ele havia sido preso em um restaurante de luxo na capital paulista em julho de 2023, após violar a prisão domiciliar humanitária. A ofensiva policial mira o desmantelamento de um amplo esquema de tráfico de drogas operado em consórcio pelas duas maiores facções criminosas do estado.

Segundo o delegado Alencar Carraro, diretor de Investigações do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), o foco da ação foi atingir o núcleo estratégico da organização criminosa, responsável pela coordenação logística e financeira do tráfico. Além de Marizan, foram presos um pai e seu filho, apontados como operadores-chave da logística de distribuição. O pai havia sido solto há apenas dois meses e voltou a ser capturado em Canoas, enquanto o filho teve quatro celulares apreendidos dentro da cela onde cumpre pena.

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos 11 veículos, entre eles um Porsche Macan, símbolo do alto padrão de vida financiado pelas atividades ilícitas. As equipes também recolheram toneladas de drogas, um fuzil calibre .556, pistolas e mais de R$ 100 mil em dinheiro. As investigações indicam que o grupo realizava lavagem de dinheiro por meio da compra de veículos de luxo, imóveis e movimentações financeiras pulverizadas.

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Os mandados foram executados em nove cidades do Rio Grande do Sul, com ações simultâneas em Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rondônia. No total, a Justiça autorizou 153 medidas cautelares, incluindo 53 prisões preventivas, 54 bloqueios de contas bancárias, além do congelamento de valores que podem chegar a R$ 1,5 milhão. Somado a isso, houve o bloqueio de R$ 39,3 milhões pertencentes aos investigados.

A operação revelou a formação de uma espécie de consórcio criminal, no qual facções historicamente rivais se uniram para otimizar a distribuição de drogas e a lavagem de recursos. A Polícia Civil aponta que o grupo utilizava táticas sofisticadas de dissimulação financeira, recorrendo a intermediários com antecedentes criminais para facilitar a movimentação de valores e dificultar o rastreamento.

A Operação Spotlight representa um avanço relevante no enfrentamento ao crime organizado e reforça o esforço das forças de segurança para conter a expansão do tráfico no estado, aumentando a sensação de proteção para a população gaúcha.

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