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Funcionária mobiliza colegas e transforma setor no Tacchini Saúde
Vitória Caroline Gomes, de 26 anos, que é deficiente auditiva, apresentou a Língua Brasileira de Sinais (Libras) a seus colegas na empresa.
27/11/2025 07h11
Por: Marcelo Dargelio

A entrada de Vitória Caroline Gomes, de 26 anos, no setor de Faturamento do Tacchini Saúde, provocou uma mudança rara — e significativa — na rotina da equipe. Deficiente auditiva, Vitória não apenas assumiu suas funções administrativas, mas inaugurou um movimento interno de valorização da Língua Brasileira de Sinais (Libras), que rapidamente se tornou parte da cultura do setor.

O processo de integração foi planejado de forma gradual e com foco na acessibilidade. Ao mesmo tempo em que aprendia as atribuições do cargo, Vitória passou a introduzir os colegas no universo da Libras. A iniciativa ganhou corpo com o apoio de Luis Filipe Borges Poletto, colega de equipe e filho de pais surdos, que se tornou o elo essencial entre os funcionários e a nova colega.

Duas vezes por semana, por cerca de 30 minutos, a equipe inteira interrompe as atividades para acompanhar as aulas básicas de Libras, conduzidas por Vitória e Luis. O aprendizado é reforçado com o uso de aplicativos, materiais didáticos e livros, criando um ambiente que combina prática, acolhimento e interesse genuíno pela comunicação inclusiva.

Para a coordenadora do setor, Laura Jacques, a chegada de Vitória vai muito além da ocupação de uma vaga.

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“A inclusão de Vitória não é apenas um gesto institucional; é a demonstração concreta de que somos um ambiente que valoriza diversidade, respeito e inclusão real”, afirma.
“O fato de a equipe dedicar tempo para aprender Libras mostra um compromisso autêntico. É uma jornada de aprendizado mútuo que nos torna profissionais e pessoas melhores — mais preparados e mais humanos”, completa.

O caso de Vitória se destaca por evidenciar um modelo de inclusão que ultrapassa protocolos formais. A mobilização espontânea dos colegas e a incorporação da Libras ao cotidiano ilustram um ambiente que transforma a diversidade em ferramenta de crescimento coletivo — e não apenas em discurso institucional.

 

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