Um forte temporal de granizo que atingiu Erechim, na Região Norte do Rio Grande do Sul, deixou um saldo alarmante de 200 feridos, sendo que duas vítimas estão hospitalizadas em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O fenômeno, que durou cerca de 20 minutos, afetou aproximadamente 35 mil pessoas, mais de um terço da população local, conforme informações da prefeitura. "Parece que vai vir o mundo abaixo e não termina mais", desabafou Graciela Mazão, uma moradora que vivenciou a intensidade da tempestade.
As pedras de gelo, que chegaram a ter o tamanho de ovos, causaram danos significativos a imóveis e veículos. "Destruiu 70% do meu telhado. Vou ter que trocar todo", relatou Vanderlei Gazoni, um pintor que teve sua casa severamente afetada. Leomar Nardi, proprietário de um carro danificado, descreveu a cena: "Foi questão de minutos. Foi fechar as portas e começou a descer pedra. Pedra, mesmo!". A situação crítica levou a prefeitura a decretar estado de emergência na cidade.
Com o hospital local já lotado, a abertura da Unidade de Pronto Atendimento foi necessária para atender os feridos. Além disso, algumas regiões de Erechim enfrentam problemas com a falta de energia elétrica e instabilidade nas conexões de internet e telefonia. As aulas foram suspensas em 35 escolas, sendo 15 municipais e 20 estaduais, para garantir a segurança dos alunos e funcionários.
O governador Eduardo Leite anunciou a liberação emergencial de R$ 1,5 milhão para a compra de telhas, que serão distribuídas às famílias afetadas. Equipes da Defesa Civil estadual estão em campo para auxiliar no levantamento dos estragos e prestar apoio à população. No total, 37 mil pessoas foram impactadas pelo granizo em Erechim, e a cidade se mobiliza para enfrentar as consequências da calamidade.
Outra cidade que também sofreu com o granizo foi Ibiraiaras, onde moradores registraram a queda das pedras de gelo na noite de segunda-feira (24). Embora não tenham ocorrido feridos, os prejuízos foram significativos, especialmente nas lavouras da região. A formação do granizo, segundo a Climatempo Meteorologia, ocorre em nuvens cumulonimbus, que apresentam temperaturas abaixo de zero, permitindo que as pedras de gelo cresçam até se tornarem pesadas o suficiente para cair.
A situação em Erechim e nas cidades vizinhas é um lembrete da força da natureza e da vulnerabilidade das comunidades diante de fenômenos climáticos extremos. As autoridades locais continuam a trabalhar para minimizar os danos e oferecer suporte à população afetada.