O mundo da música perdeu, nesta segunda-feira (24), um de seus nomes mais influentes e revolucionários. O cantor e compositor jamaicano Jimmy Cliff, um dos maiores responsáveis por levar o reggae ao cenário internacional, morreu aos 81 anos, segundo comunicado oficial publicado em seu perfil no Instagram.
De acordo com a nota assinada por sua esposa, Latifa, e seus filhos, o artista sofreu uma convulsão seguida de pneumonia, complicações que levaram ao falecimento. A família agradeceu o apoio global recebido ao longo de sua trajetória e destacou o carinho dos fãs, que acompanharam Cliff por mais de seis décadas.
“É com profunda tristeza que compartilho a notícia de que meu marido, Jimmy Cliff, faleceu devido a uma convulsão seguida de pneumonia. Sou grata à sua família, amigos, colegas artistas e colegas de trabalho que compartilharam sua jornada. A todos os seus fãs ao redor do mundo, saibam que o apoio de vocês foi sua força durante toda a carreira.”
Nascido James Chambers, Jimmy Cliff se tornou um dos grandes responsáveis por levar o reggae além das fronteiras da Jamaica, abrindo espaço para artistas como Bob Marley, Peter Tosh e Toots Hibbert. Sua obra influenciou gerações e moldou a forma como o gênero seria recebido no Ocidente.
Entre seus maiores sucessos estão:
“Many Rivers to Cross”
“The Harder They Come”
“You Can Get It If You Really Want”
“I Can See Clearly Now” (regravação que se tornou hit mundial)
Sua voz marcante, suas letras de resistência e sua capacidade de unir espiritualidade, crítica social e poesia fizeram de Cliff uma referência indiscutível da música negra e da cultura caribenha.
Jimmy Cliff também deixou seu nome registrado na história do cinema. O filme “The Harder They Come” (1972), no qual atuou como protagonista, tornou-se um marco cultural e ajudou a consolidar a Jamaica no mapa artístico mundial. A trilha sonora, formada em grande parte por suas próprias canções, se tornou um dos álbuns mais importantes da história do reggae.
Publicações internacionais, como a Folha de S.Paulo e a imprensa jamaicana, destacam que Cliff não foi apenas um músico, mas um ativista cultural, que usou sua arte para denunciar desigualdades, celebrar a identidade jamaicana e inspirar lutas por justiça e liberdade ao redor do planeta.
Conhecido como um dos poucos artistas vivos a receber o título de Ordem de Mérito da Jamaica, Jimmy Cliff deixa uma obra monumental que atravessou fronteiras, décadas e transformações sociais. Para muitos especialistas, sua contribuição foi essencial para que o reggae se tornasse um gênero global — hoje reconhecido como patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Unesco.
A morte de Cliff encerra um capítulo, mas seu legado segue vivo entre milhões de fãs e músicos influenciados por sua arte.