Brasil Fatalidade
Saiba quem são as vítimas fatais do tornado que arrasou Rio Bonito do Iguaçu
Governo do Estado do Paraná informa que já são contabilizadas mais de 750 pessoas feridas até o momento.
08/11/2025 16h28
Por: Marcelo Dargelio
José Neri, Julia Kwapis, Jurandir Nogueira Ferreira, Claudino Risso, e Adriane Maria de Moura são 5 das 6 vítimas do tornado - Foto: Reprodução/Especial

A cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no centro-oeste do Paraná, vive uma das maiores tragédias climáticas de sua história. A passagem de um tornado classificado como EF3 — com ventos que podem ultrapassar 250 km/h — deixou seis mortos e cerca de 750 feridos entre a tarde de sexta-feira (7) e a manhã deste sábado (8). O fenômeno natural devastou quase 90% das edificações do município, que tem pouco mais de 14 mil habitantes e fica a cerca de 400 quilômetros de Curitiba.

Cenas de destruição e resgate

De acordo com o Governo do Paraná, o tornado atingiu a cidade acompanhado de chuvas intensas, ventania e granizo, provocando colapso estrutural em casas, comércios e prédios públicos. Em vários pontos, o cenário é de completa destruição — telhados arrancados, veículos virados e escombros espalhados pelas ruas.

Equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Samu e Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost) atuam nas buscas por desaparecidos. Cães farejadores auxiliam nas operações. Até o início da tarde deste sábado, uma pessoa ainda estava desaparecida sob os destroços.

“O que nossas equipes encontraram é um verdadeiro cenário de guerra. Estamos concentrando esforços nas buscas e no salvamento das vítimas, com reforços vindos de várias regiões do estado, inclusive de Curitiba”, afirmou o coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto, subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros do Paraná.

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As vítimas confirmadas

O governo estadual divulgou os nomes das seis pessoas que morreram em decorrência do tornado:

Atendimento às vítimas e hospital de campanha

Cerca de 750 pessoas foram atendidas até a tarde deste sábado em duas unidades hospitalares, uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e uma faculdade em Laranjeiras do Sul, cidade vizinha. Os casos mais graves foram encaminhados ao Hospital Universitário de Cascavel e ao Hospital Regional de Guarapuava.

Um hospital de campanha foi montado no município para reforçar o atendimento. A Defesa Civil informou que ainda não há levantamento final sobre o número de desabrigados e desalojados.

Falta de energia, água e comunicação

Mais de 3 mil imóveis ficaram sem energia elétrica logo após o tornado, e o abastecimento de água também foi interrompido. Equipes da Copel e da Sanepar trabalham para restabelecer os serviços, enquanto caminhões-pipa e voluntários garantem o fornecimento emergencial de água potável.

“O Corpo de Bombeiros continua atuando na busca e no suporte à população, além de coordenar os esforços de restabelecimento da energia, da água e da distribuição de alimentos”, informou o governo estadual em nota.

Solidariedade e recomeço

Diante da devastação, municípios vizinhos, entidades religiosas e voluntários de todo o estado se mobilizam para enviar alimentos, roupas, cobertores e produtos de higiene. As autoridades pedem que as doações sejam centralizadas por meio da Defesa Civil do Paraná para garantir a chegada organizada dos itens às famílias atingidas.

O governador do estado, Ratinho Júnior, lamentou as mortes e afirmou que o governo está empenhado em prestar apoio imediato às vítimas:

“Estamos trabalhando sem descanso para garantir atendimento, abrigo e assistência às famílias. A força e a solidariedade do povo paranaense serão fundamentais para reconstruir Rio Bonito do Iguaçu.”

A tragédia reacende o alerta sobre os efeitos extremos das mudanças climáticas, que vêm intensificando fenômenos severos em várias regiões do Brasil. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Defesa Civil seguem monitorando novas formações de tempestades no Sul do país para evitar novos desastres.