Mais um caso de feminicídio choca o Rio Grande do Sul. Na madrugada deste sábado (4), Sandra da Rosa Rambo, de 46 anos, foi morta com um tiro na cabeça disparado pelo próprio companheiro, Fábio Vargas Fabrício, de 52 anos, dentro da casa onde moravam, na Rua Monsenhor Estanislau Wolski, no Centro de São Luiz Gonzaga.
Segundo a Brigada Militar e a Polícia Civil, o crime foi cometido com um revólver calibre 38, apreendido no local. Após o disparo, o homem fugiu de carro, mas foi preso no interior de Bossoroca após um cerco policial que contou com apoio de drones e do setor de inteligência.
Sandra chegou a ser levada ao Hospital de São Luiz Gonzaga, mas não resistiu aos ferimentos. Durante as diligências, os policiais ainda apreenderam duas outras armas — uma pistola calibre 380 e um revólver calibre 357 — na empresa do suspeito. Todas pertenciam a ele, que é CAC (Colecionador, Atirador e Caçador).
O delegado regional Rogério Junges confirmou que o homem foi encaminhado ao presídio e que a motivação do crime ainda será apurada em inquérito.
Os atos fúnebres de Sandra da Rosa Rambo acontecem neste domingo (5), às 14h, na Funerária São Lucas, em São Luiz Gonzaga.
Casos como o de Sandra reforçam a importância de denunciar situações de violência doméstica antes que se tornem fatais. O feminicídio é o assassinato de uma mulher motivado por gênero, ou seja, pelo fato de ela ser mulher. No Brasil, esse crime é punido com reclusão de 12 a 30 anos.
De acordo com especialistas, há sinais de alerta que podem indicar um relacionamento abusivo: ameaças, agressões verbais, controle excessivo, ciúmes doentio e isolamento da vítima. Muitas vezes, o feminicídio é o ponto final de uma sequência de violências físicas e psicológicas.
Mulheres em situação de risco podem buscar apoio e proteção por meio dos seguintes canais:
Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher. Funciona 24 horas, em todo o país, de forma gratuita e sigilosa.
Ligue 190 – Brigada Militar, em caso de emergência.
Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) – oferecem acolhimento e orientação jurídica.
Ministério Público e Defensoria Pública – podem auxiliar com medidas protetivas e suporte legal.
A morte de Sandra da Rosa Rambo é mais um lembrete doloroso de que a violência contra a mulher continua sendo um problema urgente e estrutural no Brasil. Denunciar é o primeiro passo para romper o ciclo da violência e salvar vidas.