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AAECO propõe que Bento Gonçalves adote sistema sustentável de destinação do lixo
Projeto piloto de reciclagem por pirólise já está sendo utilizado na cidade de Garibaldi.
04/10/2025 12h42
Por: Marcelo Dargelio

A Associação Ativista Ecológica (AAECO) encaminhou à Prefeitura de Bento Gonçalves uma sugestão para que o município adote um novo modelo de destinação de resíduos sólidos urbanos, baseado em uma tecnologia sustentável de pirólise. A proposta foi formalizada em ofício enviado ao prefeito Diogo Segabinazzi Siqueira nesta sexta-feira (3).

O projeto prevê o envio do lixo coletado na cidade para a empresa Bionergia Soluções Sustentáveis, localizada em Garibaldi, onde já funciona um projeto piloto de usina de reciclagem por pirólise.

Como funciona a pirólise

A pirólise é um processo de decomposição termoquímica que transforma o material orgânico em um composto biossintético industrial (CBSI), rico em carbono, por meio de aquecimento na ausência de oxigênio. Esse produto final pode ser utilizado como biomadeira (madeira biossintética) ou destinado à queima em processos industriais, substituindo insumos convencionais de alto impacto ambiental.

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Segundo a AAECO, a tecnologia tem origem nacional, não gera chorume nem dioxinas — poluentes tóxicos normalmente associados a outras formas de reciclagem ou incineração — e apresenta viabilidade econômica.

Economia e sustentabilidade

Gilnei Rigotto, secretário da AAECO, Geraldo Devitto, Diretor da Bioenergia, e o secretário de Meio Ambiente de Garibaldi, Anderson Dalla Rosa

 

De acordo com o secretário da AAECO, Gilnei Rigotto, a adoção do modelo representaria uma alternativa moderna e eficiente à atual destinação do lixo de Bento Gonçalves, que depende de transporte até Minas do Leão. “Bento Gonçalves tem de parar com ideias faraônicas, que necessitam de centenas de milhões de reais para superusinas que nunca saem do papel. Esse projeto tem tecnologia nacional, já em funcionamento, e poderia reduzir custos de transporte e disposição final, além de gerar matérias-primas rentáveis e sustentáveis”, destacou Rigotto.

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A empresa privada responsável já possui projeto pronto para implantar uma nova planta, com capacidade de receber mais de 200 toneladas por dia de resíduos.

Próximos passos

A AAECO sugeriu que o prefeito visite a usina de Garibaldi para avaliar de perto o funcionamento do sistema. Caso haja decisão de aderir ao modelo, Bento Gonçalves poderia economizar milhões de reais por ano e se tornar referência em inovação ecológica no manejo de resíduos sólidos.