Economia Negócios
Setor financeiro: profissionais buscam diversificar atuação
Apesar de o setor financeiro ser conhecido por remunerações acima da média, essa não é a realidade de todos os profissionais, explica Luciano Bravo...
01/10/2025 14h47
Por: Redação Fonte: Agência Dino

No Brasil, 54% dos trabalhadores não conseguem chegar ao fim do mês com o salário integral na conta. O número diminuiu em relação a 2024, quando era de 62%, mas apenas dois em cada dez entrevistados afirmam possuir controle total sobre suas finanças. Os dados são da Pesquisa de Saúde Financeira e Bem-Estar do Trabalhador Brasileiro 2025, realizada pela SalaryFits, empresa da Serasa Experian.

Apesar de não haver pesquisas específicas sobre qual seria esse percentual entre profissionais do setor financeiro, a insatisfação salarial também pode afetar quem trabalha em corretoras, bancos, gestoras de investimentos, instituições de pagamentos e outras empresas do segmento. É o que afirma Luciano Bravo, mentor na Lumnis Educacional, plataforma focada na formação de profissionais para o mercado de crédito internacional.

"Embora o setor financeiro seja conhecido por oferecer remuneração acima da média de outras profissões, essa percepção não reflete a realidade de todos. Um dos fatores que explicam esse descompasso é a alta competitividade e pressão por resultados, que muitas vezes não são acompanhadas por benefícios proporcionais ou estabilidade financeira", explica Bravo.

Além disso, o custo de vida elevado em grandes centros urbanos, onde a maioria das vagas do setor está concentrada, pode consumir boa parte dos salários, observa o executivo. "Outro ponto é a desigualdade salarial dentro do setor: enquanto alguns cargos de liderança recebem remunerações expressivas, profissionais em posições intermediárias ou de entrada frequentemente enfrentam dificuldades para equilibrar as finanças pessoais", destaca Bravo.

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Ele menciona que quem trabalha no setor financeiro também está vulnerável às consequências psicológicas que afetam trabalhadores de outras áreas da economia. A pesquisa da SalaryFits, por exemplo, indicou que 66% dos profissionais que enfrentam instabilidade financeira relatam aumento do estresse, ao passo que 43% mencionam irritabilidade e 39% sofrem com insônia.

"Profissionais que lidam com essas dificuldades podem ter sua produtividade reduzida, já que a preocupação constante com as finanças pessoais desvia o foco e prejudica a tomada de decisões. O desgaste emocional pode levar ao esgotamento, afetando a capacidade de inovar, colaborar e manter um desempenho consistente em um ambiente de alta pressão, como o setor financeiro", analisa Bravo.

Na avaliação do mentor da Lumnis Educacional, mesmo aqueles que trabalham diretamente com gestão de recursos e análise financeira enfrentam dificuldades para aplicar esses conhecimentos em suas próprias vidas.

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Ele acredita que isso evidencia falhas no modelo atual de formação, que prioriza aspectos técnicos e teóricos, mas negligencia habilidades práticas e comportamentais, como gestão financeira pessoal e inteligência emocional. A cultura de trabalho no setor, que valoriza resultados imediatos e alta performance, pode deixar pouco espaço para o desenvolvimento de competências voltadas para o equilíbrio financeiro e bem-estar, complementa.

Diante dessa realidade, há profissionais que têm se aproveitado das mudanças no mercado e a crescente digitalização para buscar diversificação ou reposicionamento de carreira no setor financeiro, aponta Bravo.

"Entre as opções, estão áreas como fintechs, que oferecem soluções tecnológicas para serviços financeiros, e a atuação como consultores financeiros independentes. Além disso, a formação de agentes de crédito internacional é uma alternativa. Essa área permite que profissionais atuem conectando empresas brasileiras a fontes de crédito internacionais, ampliando suas possibilidades de atuação e oferecendo uma carreira com alta demanda e potencial de crescimento", exemplifica o mentor.

Crédito internacional pode ser oportunidade

Percebendo a lacuna no mercado e o desejo de profissionais de atuarem com crédito internacional, a Lumnis Educacional decidiu lançar uma formação específica para o nicho. Bravo diz que os agentes precisam ter um profundo conhecimento técnico em áreas como análise de crédito, compliance, regulação internacional e negociação. Também devem estar familiarizados com as normas regulatórias de ambos os mercados (local e internacional), entender os requisitos legais e fiscais e ser capaz de identificar oportunidades em um ambiente globalizado.

"Há um grande espaço para a ampliação da atuação de agentes de crédito internacional no Brasil. Muitas empresas enfrentam dificuldades para acessar crédito no mercado interno devido a juros elevados, exigências de garantias e restrições impostas pelas instituições financeiras locais. Nesse contexto, o mercado internacional oferece uma alternativa viável, com condições mais competitivas e maior flexibilidade", diz Bravo.

"Ao trazer capital estrangeiro para o país, esses profissionais contribuem para o fortalecimento da economia brasileira, oferecendo às empresas uma oportunidade de reestruturar suas finanças, investir em crescimento e se tornar mais competitivas no mercado global", finaliza o especialista.

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