Educação Deu ruim
Ex-dirigente de associação de universitários é acusado de desviar mais de R$ 700 mil
Jovem de 21 anos foi preso em Maringá, no Paraná, em operação policial realizada nesta sexta-feira, 19.
19/09/2025 19h53
Por: Marcelo Dargelio
Hiago Michael Polese estava foragido da justiça há mais de uma semana - Foto: Polícia Civil/Especial

Uma operação integrada das polícias civis do Rio Grande do Sul e do Paraná resultou na prisão de Hiago Michael Polese, de 21 anos, ex-presidente da Associação dos Universitários de Nova Petrópolis (AUNP). Ele foi detido na tarde desta sexta-feira (19), em Maringá (PR), após permanecer foragido desde a semana passada.

Polese é suspeito de comandar um esquema de desvio de recursos que pode ultrapassar R$ 700 mil da entidade estudantil, responsável por administrar uma parceria público-privada com a Prefeitura de Nova Petrópolis para subsidiar o transporte de universitários.

Operação “Rota Desviada”

A prisão faz parte da operação “Rota Desviada”, deflagrada em 11 de setembro, que apura irregularidades na gestão da AUNP. Segundo a polícia, o advogado de Polese também é investigado por supostamente ter recebido repasses da associação e manter vínculos de amizade e negócios com o ex-presidente. O nome do profissional não foi divulgado.

 

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Como funcionava o esquema

De acordo com a investigação, o desvio ocorria a partir das mensalidades pagas pelos estudantes associados. O dinheiro era depositado na conta de arrecadação da AUNP, mas, antes de ser transferido para a conta específica monitorada pelo poder público, era redirecionado de forma ilícita.

Além disso, foram identificados:

O esquema comprometeu o orçamento dos estudantes e gerou dívidas com fornecedores. Embora os desvios não tenham atingido diretamente os repasses municipais, a manipulação de custos do transporte impactou a base de cálculo da subvenção pública.

Origem da denúncia

A fraude foi descoberta após uma fiscalização de rotina do gestor de parcerias da Prefeitura de Nova Petrópolis, que encontrou falhas na contabilidade da AUNP, como saldo inicial incompatível e ausência de depósitos previstos como contrapartida da entidade.

Apreensões e andamento do processo

Na operação, foram apreendidos documentos da associação e equipamentos eletrônicos em endereços ligados ao investigado e à empresa de marketing digital de Polese.

Há suspeitas de que provas tenham sido destruídas, o que reforçou o pedido de prisão preventiva. A defesa havia solicitado um habeas corpus liminar, mas o pedido foi negado pela Justiça.

A investigação segue em andamento para identificar todos os envolvidos e o destino final dos valores desviados.