O Governo Federal anunciou nesta terça-feira (16) uma mudança estrutural no Sistema Único de Saúde (SUS): o Cadastro Nacional de Saúde (CNS) passará a utilizar o CPF como número único de identificação do cidadão. A medida, divulgada pelos ministérios da Saúde e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), busca tornar mais eficiente e seguro o acesso aos serviços públicos de saúde.
O novo Cartão Nacional de Saúde (CNS) vai exibir o nome e o CPF do usuário em vez do antigo número do cartão.
Até abril de 2026, a expectativa é que 111 milhões de cadastros duplicados ou inconsistentes sejam inativados. Desde julho de 2025, já foram suspensos 54 milhões de registros sem CPF.
A base de dados do SUS — o CadSUS — já foi reduzida de cerca de 340 milhões para 286,8 milhões de cadastros ativos. Deste total, 246 milhões já estão vinculados ao CPF e 40,8 milhões permanecem sem CPF, em fase de análise.
Usuários do SUS que já têm CPF terão seu cadastro automaticamente unificado — em muitos casos, simplificando o atendimento, eliminando a necessidade de múltiplos cartões ou números diferentes para vacinas, exames e outros serviços.
Pacientes sem CPF continuam sendo atendidos normalmente. O Ministério da Saúde prevê cadastro temporário para emergências ou casos em que o CPF não possa ser apresentado no momento — com prazo de até um ano para regularização.
Grupos com menos acesso ao CPF — estrangeiros, indígenas, ribeirinhos — terão formas alternativas de registro, como o cadastro nacional de saúde (CNS) complementar.
Integração dos sistemas de saúde, com dados mais confiáveis e sem duplicidades, favorecendo o histórico médico do paciente estar disponível de maneira única.
Redução de fraudes e de erros cadastrais, uma vez que cada usuário terá uma única identificação.
Agilidade no atendimento: um único documento — o CPF — bastará para acessar diferentes serviços do SUS, como vacinação, exames, medicamentos do Farmácia Popular, entre outros.
Melhoria no planejamento de políticas públicas, já que os gestores terão bases mais limpas e alinhadas com os dados da Receita Federal.
Etapa | Prazo |
---|---|
Suspensão de registros sem CPF | já em curso desde julho de 2025 |
Inativação de 111 milhões de cadastros inconsistentes ou duplicados | previsto até abril de 2026 |
Adoção do CPF como identificador em novos e antigos registros do CNS | em progressão até abril de 2026 |
Estabelecimento de cadastros temporários para pessoas sem CPF | imediato para emergências, com prazo de regularização |
A inclusão de pessoas sem CPF — imigrantes, indígenas, moradores de rua — deverá ser feita com cuidado para não deixar grupos vulneráveis desassistidos.
É necessário garantir que sistemas estaduais e municipais do SUS consigam se adaptar às mudanças — inclusive em termos de tecnologia da informação — para evitar falhas ou perda de dados.
A sensibilização da população será importante: muitas pessoas desconhecem o número antigo do CNS, mas não têm CPF — ou o têm, mas não sabem dessa nova vinculação.
Essa unificação do CPF com o Cartão SUS representa uma das mudanças estruturais mais significativas no SUS em décadas, buscando mais eficiência, segurança nos dados e facilidade de acesso. Serve como marco de uma modernização digital no sistema público de saúde no Brasil.