Bento Gonçalves (RS) — A 1ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves, por meio da sua Seção de Investigação, deflagrou na manhã de quinta-feira, 14 de agosto, a segunda etapa da Operação Mampituba, voltada ao combate de uma sofisticada rede de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de armas, com ramificações no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Coordenada pela delegada Raquel Machado Peixoto, a ação mobilizou 438 policiais civis, sendo 246 do Rio Grande do Sul, 8 do CORE/PCRS, 144 de Santa Catarina e 40 de São Paulo. Ao todo, foram cumpridos 114 mandados de busca e apreensão em 11 cidades gaúchas, 5 catarinenses e 5 paulistas, totalizando 46 investigados — que chegaram a movimentar quase R$ 8 milhões em seis meses, conforme levantamento bancário autorizado pela Justiça.
Segundo a Polícia Civil, o grupo atuava com estrutura empresarial: mantinha operadores financeiros, utilizava mulheres como “mulas”, chamadas de “atletas”, além de esconderijos em diversas localidades gaúchas e catarinenses. As drogas, entre elas cocaína, skunk, haxixe, maconha prensada, ecstasy e outras substâncias sintéticas, abasteciam vários estados do país, como RS, SC, PR, SP, DF, RJ e PE, com esquema montado para ocultação patrimonial, inclusive por meio de bens móveis, imóveis e moedas virtuais.
Na segunda fase, realizada em 14/08/2025, oito pessoas foram presas em flagrante e houve a apreensão de:
23 celulares
4 notebooks
1 CPU
1 automóvel
5 balanças de precisão
R$ 16.266,00 em dinheiro
63 cartuchos de munição de diversos calibres
3 armas de fogo
1 g de crack
81,7 g de skunk
261 g de haxixe
881 g de maconha
1.735 g de cocaína
A primeira etapa da Mampituba, deflagrada em março de 2024, já havia cumprido 30 mandados de busca no RS e SC, localizando um laboratório de produção de ecstasy em Palhoça (SC). Na ocasião, foram presas cinco pessoas e apreendidos:
4.904 comprimidos de ecstasy
48 kg de insumos para drogas sintéticas
2,7 kg de cocaína
450 g de skunk
Veículos, máquinas de prensagem, balanças, celulares e outros materiais utilizados na fabricação e distribuição dos entorpecentes
Apesar do volume de provas colhidas e da complexidade da organização, a Polícia Civil informou que os mandados de prisão preventiva e temporária solicitados contra os 46 investigados foram indeferidos pelo Poder Judiciário. A investigação continua com análise de dados financeiros, ativos digitais e vínculos patrimoniais suspeitos.
A Operação Mampituba II marca mais uma investida contra o crime organizado na Serra Gaúcha, reforçando o enfrentamento ao tráfico interestadual de drogas e à lavagem de dinheiro.