Mãos à Obra! Dicas importantes
Clínicas e consultórios: como unir acolhimento, eficiência e normas técnicas
A arquiteta Bruna Maldotti fala sobre o desafio de proporcionar uma experiência positiva positiva para o paciente.
03/08/2025 19h34 Atualizada há 3 horas
Por: Marcelo Dargelio
Pensar os espaços é pensar jornadas, não apenas salas - Fotos: Reprodução/Especial

Na hora de planejar clínicas e consultórios, a arquitetura vai muito além da estética. O desafio é criar espaços funcionais, acolhedores e eficientes, que proporcionem uma experiência positiva para o paciente e otimizem o dia a dia da equipe de saúde. Para isso, o projeto deve respeitar rigorosamente as normas técnicas e sanitárias, sem abrir mão do conforto e da identidade visual do profissional.

Segundo a arquiteta Bruna Maldotti, o segredo está no equilíbrio entre técnica, empatia e criatividade. “É fundamental entender o funcionamento da clínica e o perfil do público atendido. A partir disso, organizamos uma setorização lógica, separando recepção, sala de espera, consultórios, áreas técnicas e administrativas”, explica.

 
 
 
 
 
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Além da RDC 50 da Anvisa, o projeto precisa atender ao Código de Obras do município, às normas da vigilância sanitária local, às exigências dos conselhos profissionais e à NBR 9050, que trata da acessibilidade. “Cada especialidade pode ter regras específicas, por isso é essencial ter domínio técnico e responsabilidade no projeto”, afirma Bruna.

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Ergonomia: conforto para profissionais e pacientes

A ergonomia é essencial para garantir conforto e segurança para os profissionais e pacientes

 

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A ergonomia é um dos pilares de um bom projeto em saúde. Desde a altura dos móveis até o posicionamento de equipamentos e circulações internas, tudo precisa estar adaptado para reduzir o esforço físico e garantir segurança. “Ambientes de saúde exigem atenção redobrada à ergonomia, já que procedimentos repetitivos e longos períodos em pé são comuns”, pontua a arquiteta.

Iluminação que acolhe e melhora o bem-estar

Tons suaves com toques de cor são pefeitos para o público infantil

 

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Outro aspecto essencial é a iluminação. Sempre que possível, a luz natural deve ser aproveitada — ela acolhe, melhora o bem-estar e reduz a frieza hospitalar. Já a iluminação artificial precisa ser bem distribuída, com temperatura neutra e sem sombras, proporcionando conforto visual. “Em clínicas infantis, também usamos luzes indiretas e tons mais suaves para tornar o ambiente menos intimidador”, destaca.

Cores e materiais: estética a serviço da saúde

Pensar os espaços é pensar jornadas, não apenas salas

 

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Em ambientes de saúde, cores e materiais precisam aliar beleza, segurança e praticidade. Os revestimentos devem ser duráveis, de fácil limpeza e resistentes ao uso diário. “As cores devem dialogar com o público. Em clínicas infantis, por exemplo, evitamos o branco puro e optamos por tons suaves, texturas naturais e toques lúdicos que promovem acolhimento”, explica Bruna.

Acessibilidade: um direito garantido pelo projeto

A acessibilidade deve ser pensada desde o início do projeto

 

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A acessibilidade deve ser planejada desde o início. “Ela precisa estar presente nas larguras das portas, rampas, mobiliário adaptado, banheiros acessíveis e na sinalização visual e tátil”, afirma. No projeto da clínica Juliana Martins, especializada em fisioterapia pediátrica, todos os fluxos foram pensados para garantir o acesso de cadeiras de rodas, carrinhos de bebê e a autonomia das crianças, respeitando as diretrizes da NBR 9050.

A arquitetura como instrumento de acolhimento

Para Bruna Maldotti, a arquitetura para saúde é um campo onde função e emoção caminham lado a lado

 

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Mais do que cumprir exigências legais, a arquitetura deve transmitir segurança, empatia e cuidado. “Em projetos voltados ao público infantil, isso é ainda mais delicado. O ambiente precisa ser lúdico, estimular o vínculo com o terapeuta e tornar a ida à clínica um momento leve”, afirma Bruna.

Segundo a arquiteta, o espaço também deve gerar confiança nos pais, demonstrando profissionalismo e estrutura. “Quando ouvimos que a criança pediu para voltar à clínica, sabemos que a arquitetura cumpriu seu papel. Ela comunicou: ‘você está em boas mãos’”, resume.

A arquitetura para saúde é um campo onde função e emoção caminham lado a lado. Ao unir conhecimento técnico, normas rigorosas e sensibilidade no projeto, clínicas e consultórios se transformam em espaços de cuidado integral, que acolhem, curam e fazem parte da jornada de saúde de cada pessoa que passa por ali.