Geral Segurança Pública
Novas medidas do governo do Estado para combater feminicídios são referência no país
O Rio Grande do Sul, assim como os demais Estados, vem enfrentando diariamente casos de feminicídios e de violência doméstica. Entretanto, uma séri...
02/08/2025 09h41
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Secom RS

O Rio Grande do Sul, assim como os demais Estados, vem enfrentando diariamente casos de feminicídios e de violência doméstica. Entretanto, uma série de medidas passaram a ser adotadas pelo governo do Estado, por meio da Secretaria da Segurança Pública (SSP), para reduzir os indicadores e encarar um problema que tira a paz e o sossego de muitas mulheres.

Na lista de ações estão a medida protetiva online, a implantação de totens de autoatendimento nas delegacias da mulher, a parceria com a Secretaria da Saúde (SES) para compartilhamento de informações, além do monitoramento eletrônico do agressor.

Reflexos no Anuário de Segurança Pública

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Uma parte dessas medidas já teve seu resultado demonstrado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro da segurança Pública. De acordo com o documento, que analisa os principais indicadores criminais de todo o País, o Rio Grande do Sul, junto com Rio de Janeiro, Pará e Paraíba, ocupa a quinta posição do ranking das menores taxas de feminicídio: em 2024, registrou 1,2 óbito a cada 100 mil mulheres. O número de mortes diminuiu 15,4% em relação a 2023.

O Anuário também demonstra que o número de mulheres que solicitaram medidas protetivas de urgência (MPUs) subiu 3,8%, de 60.065 pedidos em 2023 para 62.381 no ano passado.

O Estado teve o segundo maior número de medidas protetivas deferidas pelo Judiciário em 2024, dez vezes mais que o segundo colocado. Foram 51.312, atrás apenas de São Paulo, que registrou 97.326 concessões. Proporcionalmente é estado com mais MPUs deferidas no país.

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Agilidade no acolhimento

Tratada como prioridade pelo governador Eduardo Leite, a segurança pública no Estado está diferente. Em abril, a Polícia Civil gaúcha lançou a ferramenta da Medida Protetiva de Urgência (MPU) online , possibilitando às vítimas o registro da ocorrência e a requisição da medida protetiva de urgência pelo celular ou computador. E, desde o lançamento, foram solicitadas 2.558 MPUs online.


O Estado também passou a investir forte no acolhimento das vítimas. Novas Delegacias da Mulher (Deams) foram criadas, houve aumento no efetivo responsável por este tipo de crime, implantação de terminais de autoatendimento e melhorias na triagem, reduzindo o tempo médio de espera. Também foram inauguradas mais salas das Margaridas, espaços destinados ao suporte de mulheres vítimas de violência.

Desde 2012, o Programa Patrulha Maria da Penha, da Brigada Militar, fiscaliza se as MPUs estão sendo cumpridas e verifica a situação familiar das mulheres atendidas. Até maio, a BM já havia incluído 10.961 vítimas de violência no programa, realizado 21.595 visitas, 176 palestras preventivas e informativas e efetuado 75 prisões por descumprimento de medida protetiva.


Monitoramento do agressor

Outra ferramenta importante adotada pelo governo é o Programa de Monitoramento do Agressor, coordenado pela SSP. Por meio dele, é possível acompanhar em tempo real a movimentação de agressores e vítimas e evitar uma aproximação entre eles. O agressor recebe uma tornozeleira eletrônica enquanto a vítima possui um smartphone com aplicativo de alerta e rastreamento.

Os equipamentos operam de forma integrada: caso o agressor se aproxime da vítima, alertas automáticos são acionados, permitindo resposta imediata por parte das autoridades competentes.

Atualmente, o sistema contabiliza 460 monitorados e 438 vítimas conectadas pelo celular, garantindo proteção em tempo real. Desta forma, o Estado fortalece uma rede de proteção que combina tecnologia, agilidade e resposta integrada do sistema de justiça e segurança pública.

Ações coordenadas com a saúde

Em maio, a Secretaria da Segurança Pública firmou um termo de cooperação com a Secretaria da Saúde buscando facilitar o acesso recíproco a informações e oferecer celeridade, caso uma possível vítima de violência doméstica seja atendida em uma unidade de saúde.


Nova secretaria da Mulher

No mês seguinte, o governador Eduardo Leite anunciou a criação de uma nova Secretaria da Mulher, que irá articular políticas de diferentes áreas e criar campanhas contra a violência. Ela terá dois departamentos principais, um voltado à prevenção da violência de gênero e outro para articulação de políticas e promoção da autonomia econômica das mulheres. A estrutura prevê a ampliação da rede de atendimento e a criação de campanhas de conscientização.

Texto:Ascom SSP
Edição: Anderson Machado/Secom