Morreu nesta terça-feira (22), aos 76 anos, Ozzy Osbourne, vocalista da banda Black Sabbath e um dos nomes mais emblemáticos da história do rock mundial. A morte foi confirmada por sua família, que divulgou nota informando que o cantor "partiu cercado de amor". A causa não foi divulgada oficialmente, mas Ozzy enfrentava há anos problemas de saúde, incluindo o diagnóstico de doença de Parkinson.
Conhecido como o "Príncipe das Trevas", Ozzy foi um dos responsáveis pela consolidação do heavy metal como gênero musical a partir dos anos 1970. Com o Black Sabbath, lançou álbuns seminais como Paranoid, Master of Reality e Black Sabbath, marcando uma geração com riffs pesados, letras sombrias e uma estética que influenciou o metal por décadas.
Após deixar a banda em 1979, iniciou uma bem-sucedida carreira solo com o disco Blizzard of Ozz, que trouxe sucessos como Crazy Train e Mr. Crowley. Ao longo de sua trajetória, vendeu mais de 100 milhões de discos, dividindo sua trajetória entre a genialidade artística e os excessos fora do palco.
A última aparição pública de Ozzy em um palco ocorreu no dia 5 de julho deste ano, em Birmingham, sua cidade natal, durante o show beneficente “Back to the Beginning”, que marcou a despedida do Black Sabbath. Com dificuldades de locomoção, Ozzy se apresentou sentado em um trono e foi ovacionado por um estádio lotado. Estiveram presentes bandas como Metallica, Guns N’ Roses e Slayer. O evento arrecadou cerca de 140 milhões de libras para instituições de saúde mental no Reino Unido.
O show foi transmitido para mais de 60 países e serviu como um tributo não apenas à sua carreira, mas ao impacto que Ozzy exerceu sobre o cenário musical global. A participação de sua esposa, Sharon Osbourne, e dos filhos Kelly e Jack, reforçou o tom de despedida íntima e familiar.
Nos anos 2000, Ozzy ampliou sua notoriedade com o reality show The Osbournes, exibido pela MTV, que revelou ao público sua rotina ao lado da esposa Sharon e dos filhos. A série teve altos índices de audiência e contribuiu para rejuvenescer sua imagem junto a uma nova geração de fãs.
Figura controversa, acumulou episódios lendários, como o momento em que mordeu a cabeça de um morcego em um show nos anos 1980 — episódio que mais tarde explicou como um engano. Ainda assim, tornou-se um símbolo da rebeldia do rock, com uma base de fãs devotada ao longo de cinco décadas.
Ozzy Osbourne deixa um legado indissociável da história do rock. Foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame com o Black Sabbath e também como artista solo. Recebeu um Grammy de melhor performance metal e, em 2024, foi homenageado com o Global Icon Award, no MTV Europe Music Awards.
A Polícia de West Midlands não trata a morte como suspeita. O corpo será velado em cerimônia reservada à família, e um memorial público será anunciado nos próximos dias, segundo comunicado de Sharon Osbourne.
“Ele era o louco que cantava com o coração e vivia como se cada dia fosse o último”, escreveu a filha Kelly em uma rede social. Ozzy Osbourne, rebelde até o fim, sai de cena como entrou: em meio à escuridão, mas eternamente iluminado pelos palcos do mundo.