Morreu na noite desta quinta-feira (17), no Hospital de Clínicas de Passo Fundo (RS), Érico Siqueira, de 48 anos, autor de uma tentativa de feminicídio seguida de colisão proposital registrada na manhã do mesmo dia na ERS-332, entre os municípios de Soledade e Espumoso, no norte do Rio Grande do Sul.
Segundo a Polícia Civil, Érico abordou a ex-companheira nas primeiras horas da manhã, quando ela saía de casa em direção ao trabalho. Armado com uma faca, ele a obrigou a entrar em seu veículo, um Ford Fiesta prata, iniciando o que seria uma sequência de ameaças e descontrole.
O casal, que estava separado havia cerca de quatro meses, já havia tido histórico de violência. A vítima, inclusive, havia registrado ocorrência com base na Lei Maria da Penha, conforme informou o delegado Felipe Cavalcanti, responsável pela investigação.
Por volta das 8h, na localidade de Linha Durigon, no interior de Espumoso, o veículo conduzido por Érico invadiu a pista contrária e colidiu lateralmente contra um caminhão que transitava no sentido oposto (Espumoso–Soledade). A manobra foi deliberada, segundo relataram testemunhas e confirmado por investigações preliminares.
Ambos os ocupantes do carro ficaram feridos. A mulher conseguiu sair do veículo e pedir ajuda a uma pessoa que passava pelo local, sendo encaminhada a um hospital da região, de onde já recebeu alta. Érico foi socorrido pelo Samu, inicialmente levado ao Hospital São Sebastião, em Espumoso, onde passou por cirurgia de estabilização. À tarde, ele foi transferido para o Hospital de Clínicas, em Passo Fundo, onde teve a morte confirmada na noite de quinta-feira.
O motorista do caminhão não se feriu.
A Polícia Civil trata o episódio como tentativa de feminicídio seguida de lesão corporal e suicídio indireto, uma vez que há indícios de que o autor teria planejado matar a ex-companheira e, possivelmente, também tirar a própria vida. A investigação está em andamento para apurar todos os detalhes da ocorrência, incluindo o histórico de ameaças e violência doméstica.
Segundo o delegado Cavalcanti, o caso exemplifica “o risco extremo enfrentado por mulheres que tentam romper relações abusivas e não contam com a devida proteção institucional em tempo hábil”.
Casos de violência contra a mulher devem ser denunciados pelo telefone 180, que funciona 24 horas por dia, em todo o território nacional. Em caso de emergência, ligue para 190.