Geral Opinião
Uma carta para o presidente Donald Trump
Em meio ao rebuliço do tarifado dos EUA, o que diria o povo brasileiro para o presidente americano?
17/07/2025 16h54 Atualizada há 7 horas
Por: Orides Rodrigues da Silva

Em meio ao estardalhaço ideológico gerado após o governo brasileiro receber uma carta de Donald Trump, fico pensando…
O que diria o povo brasileiro de forma sensata, em resposta a carta recebida?
Será que temos, em meio a guerra de retóricas alguém que tenha, nem que seja um pingo, um pingo apenas de sensatez?
Será que seria ser muito sem-noção, ingênuo, inconveniente alguém que se atrevesse a pensar assim?
E você? O diria caso estivesse frente e frente com o presidente americano?

Certamente não seria isso:

“Prezado Sr. Presidente Donald J. Trump,

Nós BRASILEIROS agradecemos o envio de sua correspondência, recebida com a devida atenção e respeito. Reiteramos que os laços históricos entre Brasil e Estados Unidos da América são baseados em valores compartilhados, diálogo constante e cooperação mútua nas esferas política, econômica e social.
Com relação às observações sobre o ex-Presidente, reafirmamos nosso compromisso com a independência dos Poderes e o respeito às instituições democráticas, incluindo o sistema judiciário. Em nossa ordem constitucional, o devido processo legal é assegurado a todos os cidadãos, inclusive ex-chefes de Estado, sem interferência do Poder Executivo.
Sobre a imposição anunciada de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, recebemos a medida com preocupação. Tais ações unilaterais, especialmente quando desvinculadas de negociações técnicas bilaterais ou de mecanismos multilaterais apropriados, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), tendem a prejudicar não apenas o comércio internacional, mas também a estabilidade das relações diplomáticas entre países parceiros.
Reconhecemos que ajustes nas relações comerciais são legítimos e, quando fundamentados em dados técnicos, devem ser conduzidos com transparência, boa-fé e espírito de cooperação mútua. Nesse sentido, manifestamos nossa disposição de abrir diálogo técnico e objetivo com os representantes comerciais dos Estados Unidos, de forma a analisar, em conjunto, questões tarifárias e não tarifárias de interesse de ambos os países.
Quanto aos temas relativos à atuação das plataformas digitais no território brasileiro, reiteramos que quaisquer decisões judiciais proferidas por tribunais nacionais respeitam o devido processo legal, a legislação vigente e os princípios constitucionais do país, incluindo a liberdade de expressão e a soberania nacional. O Brasil permanece comprometido com a construção de um ambiente digital seguro, plural e juridicamente estável, tanto para usuários quanto para empresas.
Nós acreditamos que, mesmo diante de divergências pontuais, é possível fortalecer as relações bilaterais por meio do diálogo respeitoso, da diplomacia profissional e da busca de soluções equilibradas que beneficiem ambos os povos.
Reafirmamos, portanto, nossa disposição de manter canais abertos de negociação e esperamos que as medidas anunciadas possam ser reavaliadas à luz do interesse comum e da manutenção de um relacionamento sólido e duradouro entre Brasil e Estados Unidos da América.

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Atenciosamente,
Povo Brasileiro.”

Ou seria?