Política Rodovias
Deputado critica modelo de concessão de rodovias no RS
Guilherme Pasin (PP) alerta para risco de isolamento de municípios.
11/07/2025 15h58
Por: Marcelo Dargelio

Em audiência pública promovida nesta quinta-feira (10) pela Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Guilherme Pasin (PP) fez duras críticas ao modelo proposto pelo governo do Estado para a concessão das rodovias estaduais, especificamente nos Blocos 2 e 3. Segundo o parlamentar, o projeto apresentado é precipitado, carece de diálogo com a sociedade e impõe um formato que desconsidera as especificidades regionais.

Pasin defendeu que os R$ 1,5 bilhão em recursos disponíveis sejam aplicados diretamente em obras prioritárias de infraestrutura viária, como duplicações, terceiras pistas e pavimentações. Para ele, o foco deveria ser na execução e planejamento, e não na pressa de entregar as estradas à iniciativa privada.

“Mais uma vez, faço um apelo: apliquem os R$ 1,5 bilhão com responsabilidade, com planejamento e ouvindo a comunidade. A vontade de conceder não pode ser maior do que a vontade de construir. Esse modelo precisa ser revisto com urgência”, declarou.

O deputado reiterou que não é contra o pedágio em si, mas sim ao modelo que está sendo imposto. Para ele, a proposta falta equilíbrio e transparência, além de não levar em conta os impactos cotidianos para quem vive nas regiões afetadas. “Estamos diante de um projeto que pode gerar o isolamento de municípios e prejuízos econômicos severos para diversas comunidades”, alertou.

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Um dos pontos mais criticados por Pasin foi a previsão de 24 pórticos de pedágio no Bloco 2. “Quem modelou esse projeto não conhece a realidade cultural e geográfica do Vale do Taquari, da Serra e do Norte. Esses pórticos, posicionados entre cidades vizinhas, vão comprometer a mobilidade diária de trabalhadores, estudantes e pacientes que buscam atendimento médico em municípios vizinhos. Além disso, podem sufocar o comércio local e empobrecer comunidades que já enfrentam as consequências de desastres climáticos recentes”, reforçou.

Ao encerrar sua participação, Pasin voltou a pedir mais diálogo, planejamento e escuta ativa da população.

“Eu não quero que o Bloco 2 se torne um problema por 30 anos. O governo precisa dar tempo ao tempo, executar as obras com os recursos que já tem e discutir melhor com a comunidade. As audiências públicas não podem ser apenas rituais formais — são espaços para escutar, compreender e construir soluções coletivas”, concluiu.

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