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Quarto encontro do Ciclo de Governança da Educação apresenta indicadores e boas práticas da Rede Estadual
Dando sequência a uma série de reuniões mensais de gestão, o governo do Estado realizou, na tarde desta quarta-feira (25/6), o quarto encontro do C...
26/06/2025 00h10
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Secom RS

Dando sequência a uma série de reuniões mensais de gestão, o governo do Estado realizou, na tarde desta quarta-feira (25/6), o quarto encontro do Ciclo de Governança na Educação. O evento, chamado de E1, marca o ponto de alinhamento entre a Secretaria da Educação (Seduc) e o gabinete do governador. O objetivo é, assim, monitorar um conjunto de indicadores considerados estratégicos para a coordenação da Rede Estadual, como frequência escolar, aulas dadas e execução do programa Agiliza.

Realizado no Palácio Piratini, em Porto Alegre, o encontro contou com a presença do governador Eduardo Leite e da secretária da Educação, Raquel Teixeira, além de lideranças de todos os setores da Seduc, diretores de escolas e coordenadores das 30 Coordenadorias Regionais do Estado (CREs). Com base em evidências e dados concretos, a audiência trouxe um panorama das escolas estaduais.

Dividida em diferentes painéis, a programação teve como foco a apresentação dos resultados da Rede Estadual em comparação com as reuniões anteriores, discutindo práticas eficazes e os desafios de cada região. A estrutura em formato de ciclos foi criada para facilitar a identificação de pontos de atenção, valorizando também as ações bem-sucedidas das CREs, que possam ser replicadas em outras escolas.

“Nós não estamos aqui apenas para acompanhar números, mas para entender o que eles significam no cotidiano das escolas e, a partir disso, agir com precisão. O Ciclo de Governança tem nos mostrado que quando escutamos quem está na ponta, quando cruzamos dados com realidade, conseguimos tomar decisões cada vez mais embasadas, sempre olhando para quem é o foco do nosso trabalho: os estudantes,” afirmou Raquel.

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Gestão mais próxima auxilia a aplicação dos recursos do Agiliza

No painel sobre a execução dos recursos do programa Agiliza Educação, que assegura autonomia financeira para as escolas, a 14ª CRE, com sede em Santo Ângelo, foi destaque por seu desempenho positivo. A coordenadora Rosa Maria de Souza explicou que organizou uma rotina de reuniões virtuais quinzenais com as escolas, em um esforço de reorganização interna.

“A partir do Ciclo de Governança, percebemos que algumas escolas tinham dificuldades tanto na alimentação do sistema quanto na gestão de recursos. Intensificamos as reuniões com diretores e assistentes financeiros, organizamos visitas técnicas presenciais e, em cada escola, mostramos como o uso correto das ferramentas pode melhorar a aplicação dos recursos”, relatou a coordenadora.

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Rosa disse que os resultados dessa mobilização de acompanhamento e esclarecimentos refletiram inclusive em outros indicadores educacionais. “Hoje, nossas escolas de abrangência da 14ª CRE já apresentam ambientes mais adequados, o que contribui inclusive para a permanência dos alunos”, completou.

Monitoramento diário das aulas dadas e uso inteligente de sistemas

Outro tema abordado foi a questão das aulas dadas, com ênfase para o cenário da 25ª CRE (Soledade), que tem mantido regularidade mesmo diante de desafios pontuais. Com experiência prévia como diretora escolar, a coordenadora Sandra Zortéa Zat detalhou o trabalho diário de monitoramento realizado pela equipe, com uso intensivo do sistema Gestor RS.

“Acompanho diariamente cada uma das 47 escolas da nossa coordenadoria. O sistema nos permite ver, em tempo real, se as aulas estão sendo lançadas corretamente, se há atrasos nos registros ou necessidade de ajustes no quadro de professores. Em casos pontuais, como a falta de um docente, acionamos os diretores para garantir a cobertura da aula e evitar prejuízo ao aluno”, detalhou.

A coordenadora também mencionou melhorias nas funcionalidades do sistema, que hoje, por meio de um sistema de business intelligence (BI), permite identificar com facilidade onde há falhas de registro. “É um trabalho minucioso, mas que garante que os alunos tenham acesso ao conteúdo previsto. O acompanhamento é visual e detalhado, e ajuda a corrigir eventuais lacunas com agilidade”, mencionou.

Frequência escolar fortalecida mesmo após enchentes

Na 3ª CRE (Estrela), a coordenadora Greicy Weschenfelder compartilhou as ações adotadas para manter a frequência escolar, mesmo após os impactos das enchentes no Vale do Taquari.

“Nosso conceito de escola é o de um lugar acolhedor, quase um segundo lar para os alunos. Isso tem sido fundamental para garantir a frequência. Além disso, temos um trabalho intenso de diálogo com os 32 municípios que atendemos. Toda vez que visitamos uma escola, conversamos também com o prefeito, fortalecendo a rede de apoio entre educação, assistência social e saúde”, comentou.

A CRE também tem investido em campanhas de comunicação. “Produzimos um vídeo com os alunos da Escola Castelo Branco, que está funcionando provisoriamente fora da sede. É uma forma de envolver os estudantes, de dar visibilidade ao que estamos fazendo. Sabemos que comunicação e pertencimento andam juntos na permanência escolar”, enfatizou a coordenadora.

Participação da comunidade como prática pedagógica

A diretora Estela Pinto Grun, do Colégio Estadual São Borja (Cesb), compartilhou a experiência de reestruturação da escola a partir da valorização da escuta ativa e da avaliação contínua. Com cerca de mil alunos, a escola do município de São Borja adotou uma metodologia em que professores, pais e estudantes refletem sobre o cotidiano escolar e propõem melhorias.

“Em determinado momento, percebemos que havíamos deixado de olhar para o mais importante: o aluno. Reestruturamos a equipe diretiva, intensificamos as reuniões pedagógicas e criamos um sistema de avaliação em que cada professor analisa sua prática, propõe ajustes e recebe contribuições dos alunos e das famílias”, esclareceu a diretora.

Conforme ela, nesse processo de escuta ativa, os estudantes também são convidados a opinar sobre o próprio aprendizado, o ambiente escolar e o relacionamento com colegas e professores. “Nosso maior desafio foi deixar de lado metodologias engessadas e dar lugar a abordagens mais integradas, com participação ativa dos alunos. E os resultados têm aparecido”, concluiu.

O Ciclo de Governança da Educação é um modelo de gestão implantado pelo governo do Estado em março de 2025. Desde então, promove reuniões periódicas de acompanhamento e monitoramento, formados por cinco níveis que vão da rotina escolar (E1) até o encontro com o governador.

Texto: Ascom Seduc
Edição: Secom