Impulsionada pelo aumento do tráfego de dados e pelo avanço da Inteligência Artificial, a demanda por datas centers segue em alta em todo o mundo, apontando para uma expansão sem precedentes nos próximos anos - inclusive no Brasil, destaque entre os principais players do mercado. No entanto, junto ao desenvolvimento do segmento, vem também a necessidade do emprego de maior quantidade de energia.
Segundo dados da consultoria McKinsey, somente na Europa é esperado que o consumo para esse fim triplique até o fim da década. Por aqui, o Ministério de Minas e Energia (MME) identificou uma aceleração na solicitação de energia elétrica para projetos de data centers, uma demanda que pode atingir 9GW até 2035.
Nesse contexto, a DCA - Delta Cable Americas, empresa líder na distribuição de soluções de infraestrutura de rede, segurança eletrônica e conectividade, e que acaba de inaugurar uma unidade de negócios dedicada exclusivamente a data centers, aponta o uso de soluções capazes de minimizar o impacto ambiental como o principal desafio do setor para este ano.
“O que temos visto no mercado, notadamente a partir de 2024, é que muitas instituições já estão analisando investimentos e percebendo a necessidade dessas transformações”, afirma Ronaldo Hellwig, CEO da DCA no Brasil.
Para além da produção de energia limpa, a refrigeração, na avaliação do executivo, é um dos pontos que exige maior atenção. “O consumo excessivo de energia e água estão diretamente relacionados ao arrefecimento das salas. Portanto, ajustar o processamento e reorganizar o data center ajuda a melhorar a circulação de ar e a evitar a formação de pontos de calor, o que possibilita obter bons resultados com investimentos e custos operacionais reduzidos”, destaca.
Responsável por implementar data centers em grandes empresas e órgãos públicos no país, a DCA e seus especialistas destacam sete medidas que envolvem planejamento e alterações estruturais ou de equipamentos que podem apoiar a redução de impacto ambiental das infraestruturas, tornando-as mais sustentáveis:
1) Combater a energia ociosa: hoje em dia, os servidores atuam com equipamentos que possuem maior número de núcleos, com o objetivo de melhorar o desempenho. No entanto, muitos deles tendem a ficar ociosos em uma parte substancial do tempo, o que pode aumentar o consumo de energia ociosa, de uma forma desnecessária. Desta forma, é fundamental monitorar e avaliar com cautela a necessidade destes servidores.
2) Aumentar o índice de utilização dos servidores: Reorganizar as informações e reduzir o número de servidores, eliminar cópias (deduplicar) e identificar a capacidade de armazenamento necessária tende a ajudar no desligamento de equipamentos ociosos e a economizar o consumo de energia.
3) Adotar a fibra óptica: cada vez mais utilizadas para alcançar os objetivos do TI verde, as instalações de rede de fibra óptica contribuem com a diminuição do consumo de energia, uma vez que seus componentes passivos não usam energia elétrica como alimentação e precisam de muito menos refrigeração, já que não se aquecem com a mesma intensidade de uma rede metálica. Além disso, com uma menor ocupação nas calhas, promove melhor fluxo de ar, favorecendo a ventilação e contribuindo com a redução na quantidade de materiais usados para cabeamento e acessórios.
4) Manter boa gestão dos ativos: a utilização de softwares de gerenciamento permite que o suporte acesse os dados e informações dos equipamentos em tempo real, tomando assim decisões pautadas em dados reais e capazes de solucionar problemas no momento em que forem detectados. O acesso remoto permite à equipe de TI monitorar os pontos de aquecimento e consumo de energia, possibilitando que os técnicos consigam controlar a temperatura e o fluxo de ar-condicionado de acordo com a real necessidade do data center.
5) Utilizar redundância de maneira adequada: é frequente o uso de redundâncias para evitar paralisações não programadas (downtimes), porém a redundância deve ser projetada na medida adequada. O data center precisa de resiliência para garantir o funcionamento sem interrupções, no entanto se a redundância for superdimensionada, ela pode aumentar o consumo de energia. Se for adotada na medida certa, a medida pode reduzir em até 90% o consumo energético.
6) Optar por alternativas de refrigeração híbrida: combinar o ar-condicionado de precisão com sistemas de resfriamento a água ou ainda que aproveitem o ar externo, pode ser uma medida para a climatização.
7) Fazer uma gestão de resíduos mais assertiva: envolve maximizar a eficiência energética durante a vida útil dos equipamentos e fazer a reciclagem ou descarte adequado aos produtos desatualizados e sem uso.
Além dessas medidas, o mercado tem evoluído para incorporar soluções que aliam alta performance à sustentabilidade, como a ITMAX, solução de infraestrutura e conectividade para data centers desenvolvida pela Lightera, nova marca global de telecomunicações do Grupo Furukawa Electric. Projetada para atender às demandas de todos os perfis de data centers, a solução proporciona expansão de rede com segurança de dados e eficiência energética, reduzindo significativamente o consumo de energia e a necessidade de sistemas de refrigeração robustos.
Entre os diferenciais sustentáveis da solução ITMAX está a utilização de materiais menos agressivos ao meio ambiente, como os cabos GigaLan Green — produzidos com polietileno verde, derivado da cana-de-açúcar — e as canaletas fabricadas com termoplástico de alta durabilidade, que ampliam a vida útil dos sistemas e contribuem para a diminuição da geração de resíduos. Após o ciclo de vida, esses cabos podem ser destinados ao Programa Green IT, iniciativa voltada ao descarte e à reciclagem adequada dos materiais.
Dessa forma, a DCA, em parceria com a Lightera, reforça o compromisso com a inovação e a responsabilidade ambiental, impulsionando operações mais eficientes e alinhadas às práticas de sustentabilidade nos data centers.