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Anvisa libera primeiro medicamento para retardar avanço do Alzheimer
Donanemabe teve resultado comprovado em pessoas com estágio inicial da doença
23/04/2025 15h43 Atualizada há 6 dias
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o donanemabe, primeiro medicamento autorizado no Brasil para tratar o Alzheimer em estágio inicial. Comercializado sob o nome Kisunla, o fármaco é desenvolvido pela farmacêutica americana Eli Lilly e representa um avanço no combate à doença neurodegenerativa que afeta cerca de 2,7 milhões de brasileiros, número que pode dobrar até 2050.

O donanemabe é um anticorpo monoclonal que atua diretamente nas placas de beta-amiloide, proteínas que se acumulam no cérebro e estão associadas ao desenvolvimento do Alzheimer. Ao se ligar a essas placas, o medicamento auxilia na sua remoção, retardando a progressão da doença em até 35% em pacientes com comprometimento cognitivo leve ou demência leve citeturn0search1.

Indicado para pacientes nos estágios iniciais do Alzheimer, o donanemabe é administrado por infusão intravenosa mensal. Antes de iniciar o tratamento, é necessário confirmar a presença de placas amiloides no cérebro por meio de exames específicos, como PET scan ou análise do líquor.

Efeitos colaterais e riscos

Embora represente um avanço, o uso do donanemabe exige cautela devido aos possíveis efeitos colaterais. O mais comum é a dor de cabeça, mas há registros de anormalidades de imagem relacionadas à amiloide (ARIA), que podem causar inchaço cerebral ou pequenos sangramentos. Estudos indicam que cerca de 37% dos pacientes podem apresentar essas anormalidades, sendo que a maioria dos casos é assintomática.

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A aprovação do donanemabe no Brasil marca um momento significativo no tratamento do Alzheimer, oferecendo uma nova esperança para pacientes e familiares. No entanto, é fundamental que o uso do medicamento seja acompanhado por profissionais especializados, com monitoramento rigoroso para avaliar os benefícios e possíveis riscos associados.